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Ex-funcionária diz que Diddy invadiu casa de Kid Cudi armado após descobrir relação com Cassie 2i1y5j

'Vista-se, vamos matar aquele filho da p—', teria dito Combs à ex-funcionária Capricorn Clark 5p2q3n

27 mai 2025 - 14h53
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Foto: Kid Cudi e Sean Combs | Fotos: Theo Wargo/Getty Images for Coachella — John Lamparski/WireImage / Rolling Stone Brasil

A ex-funcionária de Sean Combs, Capricorn Clark, testemunhou nesta terça-feira que o magnata da música estava armado e afirmou que queria "matar" o rapper Kid Cudi após descobrir seu relacionamento com Casandra "Cassie" Ventura, em dezembro de 2011. u2g31

No julgamento de Combs por tráfico sexual e extorsão em Nova York, Clark relatou aos jurados que Combs começou a bater com força na porta dela naquela manhã, tomado pela fúria, com a calça rasgada, deixando a cueca à mostra.

"Vista-se, vamos matar aquele filho da p—", teria ordenado Diddy.

Clark disse que tentou protestar, mas ele respondeu: "Não dou a mínima pro que você quer fazer." Segundo ela, Combs estava "furioso" por ela não ter contado sobre o relacionamento entre Cudi (nascido Scott Mescudi) e Cassie, uma das mulheres que acusam o rapper de tráfico sexual.

Clark contou que, embora Combs já tivesse feito ameaças anteriormente, foi a primeira vez que ele apareceu na casa dela. "Eu nunca o tinha visto com uma arma," testemunhou. Ela disse que os dois, acompanhados de um segurança, dirigiram até a casa de Mescudi em Los Angeles, com Combs segurando a arma sobre o colo. Ao chegarem, Combs e o segurança entraram na casa, enquanto Capricorn Clark permaneceu no carro e ligou para Ventura para alertá-la, segundo seu depoimento.

A ex-funcionária contou que implorou para que Cassie impedisse o rapper de confrontar o empresário. "Cassie, para ele, ele vai acabar se matando," teria alertado. Pouco depois, segundo ela, Mescudi parou seu carro ao lado da Escalade de Combs, do lado de fora da casa. Em seguida, ele acelerou, e o veículo de Combs saiu em perseguição.

"Pareceu uma eternidade, mas não deve ter durado mais de um minuto," testemunhou Clark sobre a suposta perseguição, que terminou quando avistaram uma viatura policial. Ela afirmou que, mais tarde, o magnata a obrigou a ligar para a cantora e servir de isca para atraí-la. "Ele está comigo. Ele não vai me deixar ir," lembrou de ter dito. Cassie teria concordado em se encontrar com eles.

A ex-colaboradora relatou ainda que o artista ordenou que elas impedissem Kid Cudi de denunciar a invasão — e o envolvimento dele — à polícia, ou então os três sofreriam agressões físicas.

"Eu vou matar todos vocês, filhos da p—!" teria dito Combs.

Capricorn Clark chorou ao relatar o momento em que viu o empresário supostamente agredir Cassie com diversos chutes em uma ladeira. Segundo ela, Combs estava "chutando Cassie com força total, com 100% da força", enquanto a cantora se encolhia em posição fetal.

Clark afirmou ainda que o magnata gritou para que ela "caísse fora", caso contrário também apanharia.

A ex-funcionária contou que tentou chamar dois seguranças de Combs para ajudar, mas ninguém interveio. Ela também ligou para a mãe de Cassie, implorando:"por favor, ajude ela."

Clark afirmou que, depois do episódio, o artista continuou ameaçando tanto ela quanto a cantora dezenas de vezes. "Eu devia matar vocês, vadias, e cortar o rosto dela," teria dito o empresário, referindo-se a Clark e Ventura.

Hoje com 46 anos, Clark é considerada uma testemunha-chave no caso e foi chamada para corroborar as acusações presentes na denúncia formal. De acordo com os promotores, Combs teria sequestrado a ex-colaboradora durante a invasão e, semanas depois, ateado fogo no carro de Mescudi.

O magnata nega as acusações de sequestro e incêndio criminoso, e se declarou inocente de todas as cinco acusações criminais que constam na denúncia. Uma delas alega que ele traficou sexualmente Cassie ao forçá-la a participar de encontros sexuais com acompanhantes masculinos sob efeito de drogas. Combs alega que esses encontros — que ele chamava de "freak-offs" — foram consensuais.

Durante o interrogatório da defesa nesta terça-feira, o advogado Marc Agnifilo questionou Clark sobre sua percepção do relacionamento entre Combs e a cantora, que durou 11 anos.

"Eu sentia que eles eram um casal tóxico," afirmou.

Em depoimento anterior, Cassie contou aos jurados que Combs descobriu seu relacionamento com Mescudi ao vasculhar seu celular durante um dos freak-offs em Los Angeles. Ele teria encontrado e-mails trocados entre ela e Clark, incluindo uma mensagem em que combinavam de levar sua nécessaire para a casa do rapper no dia seguinte. Segundo a cantora, o empresário teve um surto de raiva. Ela relatou que ele colocou um saca-rolhas entre os dedos e avançou contra ela.

"Os olhos dele escureceram, ele ficou com muita raiva," testemunhou.

A artista disse que fugiu do freak-off e ligou para Mescudi, que foi buscá-la. Ao depor na quinta-feira, o rapper lembrou que correu para ajudar Ventura e a levou para o hotel Sunset Marquis, onde ela ficaria em segurança. Ele afirmou que, já no hotel, os dois conversaram por telefone com Clark, que teria dito que foi "forçada a acompanhar" Combs até a casa de Mescudi, nas colinas de Hollywood.

Capricorn Clark U.S. Attorney’s Office for the Southern District of New York
Capricorn Clark U.S. Attorney’s Office for the Southern District of New York
Foto: Rolling Stone Brasil

Mescudi declarou em juízo: "Ela me disse que Sean Combs e um comparsa foram até o apartamento dela e a obrigaram a entrar no carro para irem até minha casa. Eles a forçaram fisicamente."

O rapper afirmou que Clark contou a eles que Combs estava dentro da residência enquanto ela esperava do lado de fora, no carro.

"Ela estava com muito medo, parecia à beira do choro," disse.

Tanto Mescudi quanto Cassie relataram que Clark era uma amiga, e que costumavam se encontrar com frequência antes da suposta invasão. A cantora contou que os dois se encontraram com Clark após o episódio para explicar "tudo o que havia acontecido." Ela também afirmou ter enviado um e-mail para a mãe e outro para Clark no dia 23 de dezembro de 2011, como forma de registrar as ameaças feitas por Combs. Na mensagem, contou que o magnata ameaçou divulgar "dois vídeos de sexo explícito meus" e mandar "alguém machucar a mim e a Scott Mescudi fisicamente."

Na declaração de abertura feita em 12 de maio, a promotora Emily A. Johnson, representante do Departamento de Justiça dos EUA, afirmou que Combs "sequestrou" Clark antes de seguir para a casa de Mescudi. Em sua fala de abertura em defesa do magnata, a advogada Teny Geragos descreveu Clark como uma funcionária de longa data que continuou trabalhando com ele mesmo após o suposto incidente.

"Ao ouvirem o depoimento dela, avaliem: essa pessoa foi mesmo sequestrada? Acredito que as provas vão mostrar que, mesmo depois do início da investigação criminal contra Combs, ela pediu para trabalhar com ele novamente — 12 anos após o fim do vínculo profissional. Doze anos depois de ter dito que foi sequestrada pela última vez," argumentou Geragos.

Após Ventura abrir um processo civil contra Combs, em novembro de 2023, Clark supostamente chamou o ex-patrão de "o demônio" em uma publicação privada no Twitter, atualmente X.

"Mulheres negras acabam sendo o sacrifício pra essa palhaçada. Nos últimos 11 anos da minha vida, tive que lidar com a lealdade sem sentido de TODO MUNDO ao demônio. Rezo para que isso acabe. Não penso bem de nenhum de vocês. Não dá mais pra fingir que tá tudo bem. Façam melhor," escreveu, segundo reportagens da época.

Em depoimento na terça-feira, Clark disse que o processo de Ventura a deixou "traumatizada." Ela relembrou para os jurados a trajetória de sua carreira sob o comando de Combs, alegando que tudo começou e terminou com ameaças. Clark contou que, no seu primeiro dia como assistente do empresário, em 2004, ele a levou ao Central Park à noite e fez um aviso sombrio, por ela já ter trabalhado brevemente na Death Row Records, gravadora da costa oeste rival da Bad Boy, liderada por Suge Knight.

"Ele me disse que não sabia que eu tinha alguma ligação com o Suge Knight e que, se algo acontecesse, ele teria que me matar," afirmou, ao ser interrogada diretamente pela promotora Mitzi Steiner.

Clark contou que Combs também mencionou o uso de força letal ao falar sobre outro rapper, 50 Cent. Segundo ela, o empresário estava discutindo sobre o artista com outra pessoa dentro de um elevador e comentou: "Não gosto de bate-boca. Não faço isso. Gosto de armas."

Em outro episódio, Clark lembrou que Combs a acusou de roubar joias de diamante que haviam sido emprestadas por um joalheiro. Ela relatou que ele mandou revistar seu apartamento e contratou um segurança para trancá-la em um escritório, onde foi submetida a vários dias de testes com detector de mentiras. Segundo a ex-funcionária, o segurança, corpulento, disse que, se ela não conseguisse se acalmar o suficiente para que o aparelho funcionasse corretamente,"vão te jogar no East River."

Clark disse que aceitou fazer os testes porque acreditava ser a única forma de provar sua inocência. "Eu estava apavorada," contou aos jurados. Ela revelou que, na época, recebia US$ 65 mil por ano e que o estresse no trabalho causou alopecia.

Em outro episódio, em Miami, Clark relatou que o empresário "partiu pra cima"dela depois que ela reclamou das condições de trabalho para um chef. "Você odeia trabalhar aqui?"teria gritado Combs, antes de encará-la e empurrá-la com força por cerca de 30 metros. Segundo o depoimento, um segurança interveio, e ela decidiu deixar o emprego após o episódio, por entender que ele ultraou "meu limite."

Clark disse ainda que, quando foi demitida em agosto de 2012, o magnata afirmou que ela "nunca mais iria conseguir trabalho."

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