Ex-funcionária diz que Diddy invadiu casa de Kid Cudi armado após descobrir relação com Cassie 2i1y5j
'Vista-se, vamos matar aquele filho da p—', teria dito Combs à ex-funcionária Capricorn Clark 5p2q3n
A ex-funcionária de Sean Combs, Capricorn Clark, testemunhou nesta terça-feira que o magnata da música estava armado e afirmou que queria "matar" o rapper Kid Cudi após descobrir seu relacionamento com Casandra "Cassie" Ventura, em dezembro de 2011. u2g31
No julgamento de Combs por tráfico sexual e extorsão em Nova York, Clark relatou aos jurados que Combs começou a bater com força na porta dela naquela manhã, tomado pela fúria, com a calça rasgada, deixando a cueca à mostra.
"Vista-se, vamos matar aquele filho da p—", teria ordenado Diddy.
Clark disse que tentou protestar, mas ele respondeu: "Não dou a mínima pro que você quer fazer." Segundo ela, Combs estava "furioso" por ela não ter contado sobre o relacionamento entre Cudi (nascido Scott Mescudi) e Cassie, uma das mulheres que acusam o rapper de tráfico sexual.
Clark contou que, embora Combs já tivesse feito ameaças anteriormente, foi a primeira vez que ele apareceu na casa dela. "Eu nunca o tinha visto com uma arma," testemunhou. Ela disse que os dois, acompanhados de um segurança, dirigiram até a casa de Mescudi em Los Angeles, com Combs segurando a arma sobre o colo. Ao chegarem, Combs e o segurança entraram na casa, enquanto Capricorn Clark permaneceu no carro e ligou para Ventura para alertá-la, segundo seu depoimento.
A ex-funcionária contou que implorou para que Cassie impedisse o rapper de confrontar o empresário. "Cassie, para ele, ele vai acabar se matando," teria alertado. Pouco depois, segundo ela, Mescudi parou seu carro ao lado da Escalade de Combs, do lado de fora da casa. Em seguida, ele acelerou, e o veículo de Combs saiu em perseguição.
"Pareceu uma eternidade, mas não deve ter durado mais de um minuto," testemunhou Clark sobre a suposta perseguição, que terminou quando avistaram uma viatura policial. Ela afirmou que, mais tarde, o magnata a obrigou a ligar para a cantora e servir de isca para atraí-la. "Ele está comigo. Ele não vai me deixar ir," lembrou de ter dito. Cassie teria concordado em se encontrar com eles.
A ex-colaboradora relatou ainda que o artista ordenou que elas impedissem Kid Cudi de denunciar a invasão — e o envolvimento dele — à polícia, ou então os três sofreriam agressões físicas.
"Eu vou matar todos vocês, filhos da p—!" teria dito Combs.
Capricorn Clark chorou ao relatar o momento em que viu o empresário supostamente agredir Cassie com diversos chutes em uma ladeira. Segundo ela, Combs estava "chutando Cassie com força total, com 100% da força", enquanto a cantora se encolhia em posição fetal.
Clark afirmou ainda que o magnata gritou para que ela "caísse fora", caso contrário também apanharia.
A ex-funcionária contou que tentou chamar dois seguranças de Combs para ajudar, mas ninguém interveio. Ela também ligou para a mãe de Cassie, implorando:"por favor, ajude ela."
Clark afirmou que, depois do episódio, o artista continuou ameaçando tanto ela quanto a cantora dezenas de vezes. "Eu devia matar vocês, vadias, e cortar o rosto dela," teria dito o empresário, referindo-se a Clark e Ventura.
Hoje com 46 anos, Clark é considerada uma testemunha-chave no caso e foi chamada para corroborar as acusações presentes na denúncia formal. De acordo com os promotores, Combs teria sequestrado a ex-colaboradora durante a invasão e, semanas depois, ateado fogo no carro de Mescudi.
O magnata nega as acusações de sequestro e incêndio criminoso, e se declarou inocente de todas as cinco acusações criminais que constam na denúncia. Uma delas alega que ele traficou sexualmente Cassie ao forçá-la a participar de encontros sexuais com acompanhantes masculinos sob efeito de drogas. Combs alega que esses encontros — que ele chamava de "freak-offs" — foram consensuais.
Durante o interrogatório da defesa nesta terça-feira, o advogado Marc Agnifilo questionou Clark sobre sua percepção do relacionamento entre Combs e a cantora, que durou 11 anos.
"Eu sentia que eles eram um casal tóxico," afirmou.
Em depoimento anterior, Cassie contou aos jurados que Combs descobriu seu relacionamento com Mescudi ao vasculhar seu celular durante um dos freak-offs em Los Angeles. Ele teria encontrado e-mails trocados entre ela e Clark, incluindo uma mensagem em que combinavam de levar sua nécessaire para a casa do rapper no dia seguinte. Segundo a cantora, o empresário teve um surto de raiva. Ela relatou que ele colocou um saca-rolhas entre os dedos e avançou contra ela.
"Os olhos dele escureceram, ele ficou com muita raiva," testemunhou.
A artista disse que fugiu do freak-off e ligou para Mescudi, que foi buscá-la. Ao depor na quinta-feira, o rapper lembrou que correu para ajudar Ventura e a levou para o hotel Sunset Marquis, onde ela ficaria em segurança. Ele afirmou que, já no hotel, os dois conversaram por telefone com Clark, que teria dito que foi "forçada a acompanhar" Combs até a casa de Mescudi, nas colinas de Hollywood.
Mescudi declarou em juízo: "Ela me disse que Sean Combs e um comparsa foram até o apartamento dela e a obrigaram a entrar no carro para irem até minha casa. Eles a forçaram fisicamente."
O rapper afirmou que Clark contou a eles que Combs estava dentro da residência enquanto ela esperava do lado de fora, no carro.
"Ela estava com muito medo, parecia à beira do choro," disse.
Tanto Mescudi quanto Cassie relataram que Clark era uma amiga, e que costumavam se encontrar com frequência antes da suposta invasão. A cantora contou que os dois se encontraram com Clark após o episódio para explicar "tudo o que havia acontecido." Ela também afirmou ter enviado um e-mail para a mãe e outro para Clark no dia 23 de dezembro de 2011, como forma de registrar as ameaças feitas por Combs. Na mensagem, contou que o magnata ameaçou divulgar "dois vídeos de sexo explícito meus" e mandar "alguém machucar a mim e a Scott Mescudi fisicamente."
Na declaração de abertura feita em 12 de maio, a promotora Emily A. Johnson, representante do Departamento de Justiça dos EUA, afirmou que Combs "sequestrou" Clark antes de seguir para a casa de Mescudi. Em sua fala de abertura em defesa do magnata, a advogada Teny Geragos descreveu Clark como uma funcionária de longa data que continuou trabalhando com ele mesmo após o suposto incidente.
"Ao ouvirem o depoimento dela, avaliem: essa pessoa foi mesmo sequestrada? Acredito que as provas vão mostrar que, mesmo depois do início da investigação criminal contra Combs, ela pediu para trabalhar com ele novamente — 12 anos após o fim do vínculo profissional. Doze anos depois de ter dito que foi sequestrada pela última vez," argumentou Geragos.