Existe racismo de branco rico contra branco pobre? Experiência relatada por Gabriela Prioli divide opiniões 3w6x36
Buscar a aceitação no fechado universo dos milionários de berço pode ser um desafio nocivo à saúde mental e575t
Gerou forte repercussão o post ‘Branca, loira, cara de rica e discriminada por ser classe média: Gabriela Prioli relata “dor” ao ar a frequentar a elite de SP’ (veja no destaque), postado na coluna em 2 de abril. 2fv6d
Em resumo, a apresentadora, advogada e podcaster do ‘Platitudes’ disse ter sido discriminada na alta sociedade paulistana – mesmo com seu biotipo europeu tão irado no Brasil – em razão da origem humilde na zona norte de São Paulo.
No Facebook do Terra, os comentários foram de apoio e críticas a Prioli. Igualmente branca, Ariane Ponce afirmou ser alvo da mesma rejeição da parte de ricos. “Você sente vergonha de tudo. Esse povo é muito tóxico, a níveis inimagináveis de toxicidade.”
Vinícius Oliveira aderiu à ‘vibe’ da Maria de Fátima em ‘Vale Tudo’: “Eu, que sou pobre, não gosto de pobre. Imagina os ricos”. Nilson Jesus concorda que o local onde a pessoa nasce ou mora pode influenciar a maneira como é tratada. “Sociedade preconceituosa, racista e muito hipócrita. Dependendo do seu CEP, você está morto.”
Fernanda Obes testemunhou na empresa em que trabalhava comportamentos semelhantes aos narrados por Prioli. “Eles (da classe alta) vivem em inha e sabem distinguir muito bem os colegas que não fazem parte da elite social. Excluem e agem como se você não existisse. Falam com você somente o essencial e procuram não fazer contato visual. É bizarro, mas é real.”
“Dificilmente os ricos de berço se misturam com emergentes”, opinou Katia Quintanilha. “Tem gente que acha que basta ser rico para ser aceito”, argumentou Elisa Barateli.
O outro lado: incontáveis leitores da matéria ironizaram a reclamação de Gabriela Priori. Alguns comentários: “pobre menina rica”, “força, guerreira”, “white people problems (problemas de pessoas brancas)”, “nem posso imaginar tanto sofrimento”, “que dura adaptação”, “nossa, que dó dela (contém ironia)”, “ai meu Deus, que drama”.
A coluna pesquisou a respeito da polêmica. Afinal, há discriminação de branco rico contra branco pobre? A resposta: existe, mas o nome não é racismo, e sim classismo. Trata-se do preconceito baseado na classe social de uma pessoa, independentemente da cor da pele.
Acontece quando um cidadão ou um grupo recebe tratamento diferente (menos atenção, exclusão etc.) por conta de sua condição socioeconômica e/ou cultural. Essa segregação faz o indivíduo se sentir deslocado e não merecedor de pertencer àquele ambiente.
Evitar essa sensação desagradável pode explicar por que tantas pessoas que enriquecem ao longo da vida prefiram se manter longe dos bairros dos milionários de nascimento. “Raramente vi um País onde a elite tem tanto desprezo pelos pobres como o Brasil”, disse o filósofo, sociólogo e escritor norte-americano Noam Chomsky.
Em tempo: o termo ‘racismo’ se aplica à discriminação pela cor da pele e/ou origem étnica. Está associado a um histórico sistema estruturado de segregação baseado na ideia de supremacia de quem marginaliza. Entre os grupos que mais sofrem ataques racistas estão os pretos, os judeus, os muçulmanos e os indígenas.
