O que o Brasil e o mundo podem esperar das tarifas prometidas por Trump 5a3z4x
Novas tarifas sobre produtos importados nos EUA entram em vigor nesta quarta-feira, 2 1un23
A partir desta quarta-feira, 2, entram em vigor as novas tarifas sobre produtos importados nos Estados Unidos, conforme anunciado nos primeiros meses de governo pelo presidente Donald Trump. As tarifas setoriais, que abrangem aço, alumínio e o setor automobilístico, fazem parte da estratégia de reciprocidade comercial adotada pelo governo americano e irão afetar, na avaliação de especialistas ouvidos pelo Terra, a economia global e parceiros como o Brasil. 1m6n11
A imposição de tarifas de importação é uma das principais promessas de campanha de Trump. Desde que assumiu o atual mandato, o republicano já decretou tarifas sobre grandes parceiros comerciais, como México e Canadá. O anúncio desta quarta-feira, 2 --cercado de expectativa do mundo econômico, pois trará uma clareza sobre as medidas-- está sendo chamado pelo presidente de "Dia da Libertação da América".
Trump revelará seu plano tarifário em uma entrevista coletiva no Rose Garden da Casa Branca, informou a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, aos repórteres. A expectativa é que republicano finalmente anuncie como funcionarão as taxas que serão aplicadas sobre diferentes países que importam produtos para os EUA.
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“Trump deve impor tarifas sobre produtos como aço, alumínio e minérios, forçando o Brasil a buscar outros mercados para esses itens. Ainda assim, o impacto sobre o Brasil tende a ser menor do que para a China e a União Europeia, que possuem relações comerciais mais amplas com os Estados Unidos”, prevê José Niemeyer, professor de relações internacionais do Ibmec-RJ.
Embora as medidas antecipadas pelo presidente americano sejam conflitantes e sofram constante mudança, há um entendimento entre os economistas e especialistas em relações internacionais que o tarifaço irá promover uma guerra comercial, com efeitos deletérios para os EUA. A visão comum é que a tentativa de produzir tudo internamente pode gerar inflação e aumento da dívida pública.
“A questão não é se o mercado norte-americano será afetado, mas sim quando e com qual intensidade. Economistas de Wall Street já reconhecem que os impactos imediatos serão sentidos no curto prazo, sobretudo pelo consumidor que vai ao supermercado diariamente ou que realiza compras por plataformas como Amazon ou eBay, em virtude da pressão sobre os preços --ou seja, da inflação”, explica Roberto Uebel, professor de Relações Internacionais da ESPM.
No mercado de capitais, o preço da incerteza é o juro, impulsionado especialmente pela desconfiança de investidores estrangeiros, que buscarão, segundo Uebel, ativos mais estáveis, seguros e previsíveis. “A incógnita que permanece é: até quando a economia norte-americana ará os efeitos deste chamado “Liberation Day”">No geral, segundo os especialistas, essas medidas que entram em vigor nesta terça representam um retrocesso para a globalização e podem prejudicar não apenas o Brasil, mas também a própria economia norte-americana.