Juíza do caso Maradona renuncia após aparecer em filmagens de documentário ilegal 371071
Desde o segundo dia de audiências, iniciadas em março ado, a Justiça argentina proibiu filmagens no interior do tribunal de San Isidro 5u186b
Juíza Julieta Makintach renunciou ao caso Maradona após filmagens ilegais para um documentário serem divulgadas, o que resultou na suspensão temporária do julgamento.
Um dos três juízes do tribunal responsável pelo caso sobre a morte do astro do futebol argentino Diego Maradona renunciou após um escândalo sobre filmagens não autorizadas na corte vir à tona. O caso, levado à Justiça da Argentina nesta terça-feira, 27, pôs em dúvida a continuidade do julgamento. 512919
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A juíza Julieta Makintach era uma das três integrantes do tribunal de San Isidro, formado para decidir sobre uma eventual responsabilização sobre a morte de Maradona, ocorrida em novembro de 2020.
Nesta terça-feira, o Ministério Público argentino pediu o afastamento de Julieta após ela ser filmada na sala do tribunal por um cinegrafista particular. O conteúdo seria usado para um documentário não autorizado, segundo a promotoria. Porém, filmagens na corte estão proibidas desde o segundo dia do julgamento.
O caso foi levado ao tribunal após a divulgação de vídeos de Makintach nos corredores de San Isidro e em seu gabinete -- imagens que seriam usadas em um suposto documentário sobre a magistrada e batizado de Justiça Divina, em referência a Maradona e seu apelido de 'Deus'.
"Posso dizer isso de coração, pelos meus filhos. Eu não sabia desse material, não tinha visto. Sei que vocês não vão acreditar em mim. Eu não sabia de nada, nem mesmo do roteiro. Espero que o julgamento possa prosseguir sem mim. Lamento profundamente; foi confuso. Não posso assumir a responsabilidade por tudo isso porque não é minha. Estou tão chocada quanto todos vocês”, disse a juíza, antes de acatar o pedido do Ministério Público, que culminou em seu afastamento.
O caso levou o julgamento a ser suspenso por uma semana após dois meses de audiências e pode até ser anulado.
"É uma tragédia judicial", declarou Fernando Burlando, advogado de Dalma e Gianinna, filhas mais velhas de Maradona, que afirmou que o julgamento poderia continuar com um novo juiz no mesmo tribunal.
Um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos, Maradona morreu em 25 de novembro de 2020, aos 60 anos, por insuficiência cardíaca e parada cardíaca 'em uma situação de vulnerabilidade', conforme declarado pelo Ministério Público, que aponta o caso como 'homicídio com dolo eventual'.
Sete integrantes da equipe médica de Maradona são acusados pela promotoria, em julgamento que se iniciou no dia 11 de março ado no tribunal de San Isidro, na região metropolitana de Buenos Aires. Eles são réus por 'fornecerem tratamento imprudente e abaixo do padrão' ao ex-jogador.
Mais de 190 testemunhas, entre eles filhos do ex-jogador, a ex-mulher Claudia Villafañe, médicos, jornalistas e amigos depam desde então, em audiências que aram por uma série de reagendamentos.