Com mar de poucas ondas, Tati Weston-Webb leva a prata no surfe dos Jogos de Paris z5427
Com bateria de poucas ondas na final do torneio feminino, brasileira ficou apenas 0.17 atrás de Caroline Marks, campeã olímpica q602u
Tatiana Weston-Webb é prata no surfe dos Jogos Olímpicos de Paris! Em embate prejudicado pelo mar calmo, com poucas ondas, a brasileira ficou a poucos décimos atrás da estadunidense Caroline Marks, que terminou com o ouro nesta segunda-feira, 5. 2f6h2j
A cobertura dos Jogos de Paris no Terra é um oferecimento de Vale.
A disputa na final começou acirrada, com poucas ondas para as surfistas nos primeiros 15 minutos de bateria. Às 22h, no horário de Brasília, Tati e Caroline foram à água para a última bateria do surfe dos Jogos de Paris.
No início da bateria, as duas surfistas pegaram duas ondas fracas e pontuaram abaixo de 1. Caroline ficou na frente, com 0.50, e Tati com 0.33 na disputa pelo ouro. Tati ou à frente com outra nota baixa, 0.43. A estadunidense, no entanto, emendou um tubo mediano e cravou 7.50, elevando a nota para 8 rasos.
Faltando menos de oito minutos para o fim da bateria, Tati fez uma ótima sequência no tubo e elevou a nota para 6.26. Caroline tirou nova nota, também, e subiu a parcial para 8.93.
As surfistas voltaram a emendar boas sequências na reta final da bateria. Em 1º, Caroline chegou a 10.50, enquanto Tati pontuava 7.63. No último minuto, a brasileira pegou uma ótima onda e precisava de 4.68 para melhorar a nota e alcançar a rival. Ficou com 4.50 e chegou a 10.33, apenas 0.17 atrás da estadunidense.
"Fiquei emocionada, a última junção não me deixou voltar, já perdi alguns títulos assim, mas estou muito orgulhosa", disse Tati Weston-Webb, dona da quinta medalha de prata do Time Brasil em Paris-2024, à CazéTV após a prova. Ela também alcançou a melhor posição entre brasileiras no surfe olímpico feminino.
Jornada olímpica 3w5y4c
A trajetória de Tati Weston-Webb teve início nas oitavas de final em Teahupo'o, na Polinésia sa, quando a brasileira ou pela líder do ranking da World Surf League, a norte-americana Caitlin Simmers, por 12.34 a 1.93.
Na fase seguinte, foi a vez de Tati encarar a espanhola Erostarbe. Com duas ondas consistentes, a brasileira ficou até mais tranquila pela somatória e só istrou a bateria. No fim, 8.10 para a brasileira e 6.34 para a rival. Tati, então, avançou à semifinal.
Na fase decisiva, Tatiana Weston-Webb enfrentou Brisa Hennessy. Ambas disputavam a mesma onda, mas a prioridade era da brasileira, por isso a costa-riquenha foi punida por interferência.
Brisa não viu a brasileira remando em direção à onda e, assim que percebeu que atrapalhava, tentou sair. A brasileira reclamou, abriu os braços e não usufruiu da prioridade.
Como punição, a preferência permaneceu com Tatiana, e Brisa teve sua segunda melhor nota zerada. A costariquenha terminou a bateria com apenas 6.17 no seu somatório, já que o 4.83 foi invalidado por descumprir a regra. Tati somou 13.66 (8.33 + 5.33) e chegou à decisão.
Opção por defender o Brasil 136z20
O nome de Tatiana Weston-Webb indica a dupla nacionalidade da surfista, filha da brasileira Tanira Guimarães e Douglas Weston-Webb, inglês que se mudou para os EUA ainda na infância e se apaixonou pelo surfe.
Os pais de Tati se conheceram no Havaí. O casal, então, se mudou para Porto Alegre (RS), onde Tati nasceu, em 1996. Com apenas dois meses de idade, a família se mudou para o Havaí, onde a pequena cresceu assistindo ao irmão Troy surfando. Logo, deu as primeiras braçadas nas praias norte-americanas e se apaixonou pelo esporte.
Profissionalmente, Tati começou a competir a nível mundial em 2015, após arrancar uma vaga no Campeonato Mundial e ser reconhecida como a 'estreante do ano'. Três anos depois, a surfista, que poderia optar pela cidadania britânica, resolveu vestir as cores do Brasil para o Mundial de 2018.
A expectativa de Tati era representar seu País de origem nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, um de seus sonhos.
"O Brasil sempre foi uma parte importante de quem eu sou e, recentemente, recebi uma oportunidade do Comitê Olímpico Brasileiro para representar o País de uma maneira única. Sempre foi um sonho competir nos Jogos Olímpicos e, quando o surfe foi apresentado como uma modalidade, eu sabia que meu sonho tinha uma chance de ser concretizado", disse Tati, em entrevista à época.
E Tati, de fato, realizou o sonho. Na estreia do surfe em Jogos Olímpicos, a gaúcha parou nas oitavas de final para a japonesa Amuro Tsuzuki e se despediu da Olimpíada de Tóquio. Mas ela estava longe de desistir.
Outro feito foi a conquista do Margaret River Pro, em Margaret River, na Austrália, a quarta etapa do WSL Championship Tour de 2021. A final foi contra a australiana Stephanie Gilmore e Tati venceu a bateria 13,5 pontos.
Em abril de 2023, ela foi oficializada como a primeira classificada para o surfe de Paris-2024. "Representar nossa bandeira me enche de orgulho", disse à época do anúncio. E, hoje, Tati faz história com a melhor posição do Brasil no surfe feminino olímpico.