Defesa de Carla Zambelli pedirá prisão domiciliar por motivo de saúde: 'Não representa risco' 4i3s6b
Daniel Bialski, advogado da deputada, disse que aguarda por documentação médica que ateste necessidade de tratamento adequado 5m41a
A defesa de Carla Zambelli pretende pedir prisão domiciliar alegando problemas de saúde, após sua condenação a dez anos de prisão pelo STF por invasão a sistemas do CNJ, destacando que ela não representaria risco à sociedade.
O advogado Daniel Bialski, defensor da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), disse nesta sexta-feira, 16, que aguarda documentos médicos para pedir, ao Supremo Tribunal Federal (STF), o cumprimento da pena em prisão domiciliar para a parlamentar. 104f6b
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A Primeira Turma do STF condenou Zambelli, de maneira unânime, a dez anos de prisão e à perda do mandato parlamentar. A decisão, divulgada na quarta-feira, 14, se deu no âmbito da investigação que apura a invasão a sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Na quinta-feira, 15, a deputada chamou a decisão de 'injustiça', afirmou que não sobreviveria na cadeia e apelou à Câmara para que a sentença do STF fosse revertida: "Eu estou pegando vários relatórios dos meus médicos e eles são unânimes em dizer que eu não sobreviveria na cadeia. Então, a gente deve apresentar isso em momento oportuno".
Em entrevista ao Estúdio i, da GloboNews, Bialski afirmou que aguarda a chegada de documentos médicos que atestem as condições de saúde de sua cliente para, então, pedir a prisão domiciliar humanitária, caso seja comprovada a necessidade de tratamento específico.
"Tenho acompanhado a deputada durante todo o trâmite desse processo e, de fato, alguns atos processuais foram adiados por conta da saúde dela. Ela foi internada diversas vezes nesses últimos dois anos, e eu vou aguardar os relatórios médicos para que, se atestarem o que ela falou ontem -- e eu acredito que o farão --, eu vou requerer, obviamente", afirmou o advogado, que completou:
"Diante da saúde dela e da necessidade de um tratamento adequado, que seja possibilitado, assim como aconteceu com outros casos, que ela possa cumprir essa pena em prisão domiciliar, porque, efetivamente, ela não é alguém que representa risco, que vai se evadir", disse.
Bialski também foi questionado sobre como convenceria o STF de que Zambelli 'não representa risco', em paralelo ao caso em que perseguiu um homem com uma pistola em punho, nas ruas de São Paulo. O defensor foi pragmático:
"Eu não preciso nem convencer porque isso já está declarado. Porque, se ela representasse qualquer tipo de risco, uma afronta à ordem pública, à ordem social, ela teria sido presa durante o trâmite desse processo. Isso nunca foi cogitado", afirmou o advogado.
Na ação que resultou na sentença condenatória no STF, Zambelli é acusada de ser a mentora intelectual de um ataque cibernético a dispositivos informáticos do CNJ, em parceria com o hacker Walter Delgatti Netto, que acabou condenado a oito anos de prisão.
Na ação criminosa, a dupla teria inserido, no Banco Nacional de Mandados de Prisão, um falso mandado contra o ministro do STF Alexandre de Moraes.