Sessão da Assembleia da Bahia é encerrada após manifestantes invadirem plenário
Categoria exige reajuste salarial, pois há uma defasagem de 62%, acumulada nos últimos 10 anos
Manifestantes do Sintaj invadiram o plenário da Assembleia da Bahia, forçando o encerramento da sessão, reivindicando reajuste salarial e votação de projeto de lei para progressão de carreira.
Um grupo de manifestantes invadiu, na terça-feira, 27, a sessão ordinária que ocorria na sede da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), em Salvador.
Devido à confusão, as atividades foram encerradas pela presidente do plenário, a deputada estadual Ivana Bastos (PSD).
O protesto, feito por membros do Sindicato dos Servidores dos Serviços Auxiliares do Poder Judiciário do Estado da Bahia (Sintaj), exigia reajuste salarial, pois, segundo o Sintaj, haveria uma defasagem de 62%, acumulada nos últimos 10 anos.
Os manifestantes, que estão em greve desde o dia 6 de maio, também pediram pela votação de um projeto de lei que garanta a progressão de carreira dos profissionais.
O Sindicato publicou um vídeo que mostra o momento em que servidores invadem o plenário baiano e tentam conversar com os parlamentares. Eles entraram antes do início da sessão e sentaram no chão da Alba, recusando-se a sair do local.
O que diz a Assembleia
Em nota, a Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) repudiou o episódio e afirmou que os manifestantes forçaram a entrada antes da abertura da sessão e impediram o rito, “colocando em risco a integridade dos parlamentares, servidores da Casa e do próprio patrimônio público”.
Segundo o legislativo, a presidente tentou diálogo com o grupo, mas eles teriam se negado. Portanto, Ivana determinou o encerramento das atividades do dia. “Nosso compromisso com o diálogo e com os direitos dos trabalhadores permanece firme. Mas a invasão de um espaço democrático, como o plenário desta Casa, rompe qualquer possibilidade de construção coletiva e impede o funcionamento legítimo do Parlamento”, afirmou a parlamentar em nota.
A deputada ainda declarou que já havia se reunido com os grevistas anteriormente para escutar suas reivindicações. “Lamentamos profundamente. A Alba é e continuará sendo a casa do povo, mas dentro dos princípios que sustentam o Estado Democrático de Direito, onde a convivência respeitosa é base para qualquer avanço coletivo”, finalizou.
TJ se manifestou
Ao Terra, o Tribunal de Justiça da Bahia informou que encaminhou à Alba projetos de lei, em sua maioria, elaborados em cumprimento às determinações da última inspeção do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Esses PLs visam o aperfeiçoamento do serviço judiciário.
Um deles prevê a implementação do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos dos servidores do Poder Judiciário do Estado da Bahia (PCCV), feito após quatro anos de estudos e discussões, com a participação dos Sindicatos, que visa substituir o plano atualmente vigente que data de 2008.
“É importante destacar que todos os projetos têm a mesma importância e urgência para o TJBA e, até o momento, estão tramitando na Alba, conforme determina a legislação de regência. O TJBA reafirma o seu compromisso em fazer o que estiver ao seu alcance para garantir a aprovação desses projetos, buscando incessantemente a melhoria da prestação jurisdicional no Estado da Bahia”, finalizou.