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Análise: como Trump e Putin sacudiram o mundo em uma semana 5c725o

Foi uma semana que abalou alianças e colocou a Rússia na mesa principal da política global. 3g4g18

19 fev 2025 - 18h47
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Funcionários de alto escalão dos EUA e da Rússia se encontraram em Riad na primeira cúpula desse tipo em anos
Funcionários de alto escalão dos EUA e da Rússia se encontraram em Riad na primeira cúpula desse tipo em anos
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Quando colocou no papel seu relato de testemunha ocular da Revolução Russa de 1917, o jornalista americano John Reed o intitulou de Dez dias que abalaram o mundo. a6w5w

Mas dez dias é muito tempo para Donald Trump e Vladimir Putin: eles abalaram as coisas em uma semana.

Tudo começou com uma conversa telefônica entre os dois em 12 de fevereiro e suas promessas de aproximar a relação.

Continuou com a Conferência de Segurança de Munique e um cisma entre Europa e América.

Próxima parada: Arábia Saudita para as negociações Rússia-EUA. Foi o primeiro encontro presencial com funcionários de alto escalão dos dois países desde a invasão em larga escala da Ucrânia pelo Kremlin.

Foi uma semana que derrubou alianças tradicionais, deixou Europa e Ucrânia em situação desconfortável, levantou temores pela segurança europeia e colocou a Rússia onde ela quer estar: na mesa principal da política global, sem ter feito nenhuma concessão para chegar lá.

Uma imagem dominou os jornais russos de quarta-feira (19/02) de manhã: representantes russos e americanos na mesa de negociações em Riad.

O Kremlin quer que a população russa e a comunidade internacional vejam que os esforços ocidentais para isolar a Rússia por conta da guerra na Ucrânia falharam.

A imprensa russa está acolhendo a perspectiva de laços mais calorosos com Washington e despejando desprezo sobre os líderes europeus e Kiev.

Vladimir Putin e Donald Trump em foto de 2019
Vladimir Putin e Donald Trump em foto de 2019
Foto: Reuters / BBC News Brasil

"Trump sabe que terá que fazer concessões [à Rússia], porque está negociando com o lado que está ganhando na Ucrânia", escreveu o tabloide pró-governo Moskovsky Komsomolets.

"Ele fará concessões. Não às custas da América, mas às custas da Europa e da Ucrânia."

"Por muito tempo, a Europa caminhou toda envaidecida, pensando em si mesma como o mundo civilizado e como um Jardim do Éden. Ela não percebeu que não estava mais com essa bola toda. Agora, seu velho camarada do outro lado do Atlântico apontou isso."

Entretanto, nas ruas de Moscou, não detecto esse nível de entusiasmo.

Em vez disso, as pessoas estão observando e esperando para ver se Trump realmente se tornará o novo melhor amigo da Rússia e se ele pode acabar com a guerra na Ucrânia.

"Trump é um homem de negócios. Ele só está interessado em ganhar dinheiro", Nadezhda me diz. "Não acho que as coisas serão diferentes. Há muita coisa que precisa ser feita para mudar a situação."

Giorgi tem mais esperança. "Talvez essas conversas [na Arábia Saudita] ajudem", diz. "Já ou da hora de pararmos de ser inimigos."

Para Irina, Trump é "ativo e enérgico", mas ela se pergunta se ele realmente fará alguma coisa.

"Sonhamos que essas negociações tragam paz. É um primeiro o, e talvez isso ajude nossa economia. Alimentos e outros bens continuam subindo de preço aqui. Isso se deve em parte à operação militar especial [a guerra na Ucrânia] e à situação internacional geral."

Putin e Trump falaram ao telefone; suas duas equipes se encontraram na Arábia Saudita; uma cúpula presidencial é esperada em breve.

Alguns dias atrás, o jornal Moskovsky Komsomolets tentou imaginar o que os dois líderes disseram um ao outro durante o telefonema da semana ada.

Eles chegaram à seguinte versão.

Trump liga para Putin.

"Vladimir! Você tem um país legal e eu tenho um país legal. Vamos dividir o mundo?"

"O que eu estava dizendo o tempo todo? Vamos fazer isso!"

Faz de conta? Vamos ver.

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