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Casamentos forjados, corrida de celebridades e gastos milionários: a vida dos imigrantes nos EUA no Trump II 703t2

Medo, rigidez e caminhos extremos são alternativas para quem vive de maneira irregular no país 26f1i

21 mai 2025 - 16h09
(atualizado em 28/5/2025 às 04h59)
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Resumo
Brasileiros enfrentam dificuldades e medidas extremas para viver nos EUA devido ao endurecimento das políticas imigratórias sob a presidência de Donald Trump, com destaque para medo de deportação, tentativas de burlar o sistema e busca por vistos baseados em investimento.
Casamentos forjados estão entre as fraudes mais comuns
Casamentos forjados estão entre as fraudes mais comuns
Foto: a_Taiga/iStock / Viagem e Turismo

Mães choram na porta de um escritório de imigração em Orlando, nos Estados Unidos. Algumas carregam nos braços filhos nascidos em solo americano, cidadãos por direito constitucional. Elas, não. Entraram pelos fundos do sistema, sem carimbo no aporte, sem inspeção, sem status migratório. E agora vivem a angústia de serem separadas ou obrigadas a deixar para trás a vida que construíram. Outras chegam com planos detalhados, e, às vezes, absurdos, para driblar um sistema focado em peneirar minunciosamente. 504r4k

Há oito anos, o advogado brasileiro Gustavo Nicolau atua nos Estados Unidos com dupla certificação: pela OAB e pela American Bar Association (ABA). Desde janeiro, quando Donald Trump reassumiu a presidência americana, algo mudou: o discurso contra imigrantes ilegais ganhou força.

"Houve uma avalanche de pessoas nos procurando", diz Nicolau, fundador do Green Card US, ao Terra. O medo, explica, não vem de uma ameaça concreta de deportação sumária, mas da sensação de que a qualquer momento podem ser obrigados a deixar tudo --casa, emprego, filhos. "O Trump, naturalmente, na campanha, falou para o público dele. Durante toda a campanha. E continua falando. Mas há coisas numa democracia que estão acima do presidente. Como o devido processo legal, o contraditório, o direito de ser ouvido."

Casos de deportação imediata ocorrem, segundo ele, geralmente quando há um crime envolvido, "por mais menor que ele seja". O rigor, no entanto, também aparece antes mesmo da entrada nos EUA. O advogado observa que, desde o governo Biden, houve um endurecimento na concessão de vistos de estudante, especialmente para famílias inteiras. "Antigamente, vinha pai, mãe e três filhos para estudar inglês. O consulado concedia esse visto. A impressão que eu tenho é que o governo americano falou: essa conta não está fechando."

Entre os que vivem legalmente no país, com visto válido ou green card, não há motivo para pânico. "Se você entrou com visto, foi inspecionado na fronteira e não excedeu o prazo de permanência, não tem o que temer", diz Nicolau. O medo maior está entre os que entraram sem inspeção.

E diante desse cenário, há quem recorra a medidas extremas para tentar regularizar a situação. "Pessoas que forjam casamentos. Que forjam documentos. Que fingem que o filho é cidadão americano. Tentam burlar o sistema."

Ele é enfático: "Você não é mais esperto do que o governo americano" 

Histórias absurdas não faltam. Casamentos forjados com grande diferença de idade, mulheres que já aram o green card a quatro maridos diferentes, empresas de fachada para provar fundos. Mas, para o advogado, os casos mais desesperadores são de mães ilegais com filhos nascidos nos EUA. Em alguns casos, a deportação é inevitável.

"O filho é bem-vindo aqui. Ele é cidadão americano. Mas a mãe não tem status. E o filho não pode pedir o green card para a mãe até os 21 anos. Então ele não salva a mãe." 

Outro caminho que chama atenção, especialmente entre pessoas com maior poder aquisitivo, é o chamado Golden Visa ou Gold Card --ideia criada pelo governo Trump em que é possível comprar a cidadania pelo valor de US$ 1 milhão.

A promessa de residência permanente em troca de investimento atraiu inclusive celebridades brasileiras. Gustavo Nicolau conta que já foi procurado por pessoas famosas interessadas nesse tipo de visto. Porém, o especialista aponta que, como sempre, o mais indicado é ar pelos trâmites já comuns.

O que esperar? 4m4f2g

Embora o governo Trump tenha apenas quatro meses, com a nova istração, Nicolau enxerga um caminho mais estreito para imigrantes que buscam refúgio por motivos humanitários. "Vejo um aumento no número de green cards para pessoas bem formadas, com experiência. E uma diminuição nos pedidos baseados em asilo humanitário, em refúgio. Essa tendência já começou a se concretizar."

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Até 23 de maio, 48.674 migrantes estavam detidos nos Estados Unidos. 9,9% foram encaminhados para a deportação rápida, segundo dados da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA e do Imigração e Alfândega dos EUA (ICE).

Fonte: Redação Terra
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