Após ser eleito em segunda rodada de votação na Alemanha, chanceler alemão visita Paris e Varsóvia 5l246j
Menos de 24 horas depois de ser eleito novo chanceler alemão, Friedrich Merz visita Paris e Varsóvia nesta quarta-feira (7). Enquanto isso, começa o debate interno sobre a estabilidade do novo governo, depois de Merz só ter conseguido se eleger numa segunda rodada de votação no parlamento, algo inédito na Alemanha do pós-guerra. 2q5s5u
Menos de 24 horas depois de ser eleito novo chanceler alemão, Friedrich Merz visita Paris e Varsóvia nesta quarta-feira (7). Enquanto isso, começa o debate interno sobre a estabilidade do novo governo, depois de Merz só ter conseguido se eleger numa segunda rodada de votação no parlamento, algo inédito na Alemanha do pós-guerra. 2q5s5u
Marcio Damasceno, correspondente da RFI em Berlim
Já é uma tradição que a primeira viagem do novo chefe de governo alemão seja para a França. Em Paris, Merz está sendo recebido nesta quarta-feira (07/05) pelo presidente francês, Emmanuel Macron. E o próprio Macron já adiantou os principais temas do encontro entre os dois ao felicitar no dia anterior o novo governante alemão. O presidente francês deu os parabéns a Merz nas mídias sociais, em francês e alemão, afirmando que quer, com Merz, "tornar o motor franco-alemão e a consciência franco-alemã mais fortes do que nunca". E completou: "Cabe a nós acelerarmos a nossa agenda europeia para a soberania, a segurança e a competitividade. Para os ses, para os alemães e para todos os europeus".
Na agenda de discussão em Paris está a implementação de uma maior independência da Europa em relação a Washington, em meio à turbulência nas relações transatlânticas causadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A União Europeia tem tentado buscar uma postura política e de defesa fortalecida, e Merz prometeu, ao assumir o cargo na terça-feira, ser "um chanceler bastante europeu".
Migração é tema delicado com a Polônia l3759
Após a manhã em Paris, o novo chanceler alemão segue para a Polônia. Com a visita a Varsóvia logo em seu primeiro dia no governo, o novo chanceler alemão quer mandar um sinal claro de solidariedade a seu vizinho do leste. Seu antecessor, Olaf Scholz, visitou primeiro Paris e Bruxelas.
O principal assunto a ser abordado por Friedrich Merz com o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, é a guerra da Rússia contra a Ucrânia. Merz sempre declarou quando estava na oposição, que os europeus não se deveriam ter medo de Putin, uma posição que é compartilhada pelo governo polonês.
Outra postura que agrada Varsóvia: Merz também está mais aberto do que seu antecessor, Olaf Scholz, a enviar mísseis alemães de longo alcance para a Ucrânia e, eventualmente, a enviar tropas alemãs como parte de uma força de paz, caso um cessar-fogo seja acordado.
Uma questão delicada, em que há divergências entre os dois lados, é a migração irregular. Merz anunciou um reforço dos controles de fronteira e um aumento nas rejeições de migrantes desde o primeiro dia de seu mandato. O novo ministro do Interior alemão, Alexander Dobrindt, já deu a impressão de que quer implementar essa diretriz com mão pesada. A Polônia não está muito entusiasmada com a ideia.
O premiê polonês Donald Tusk já havia dito no final de março que havia um acordo válido com a Alemanha de que Varsóvia aceitaria de volta os migrantes. Mas ressaltou que seu país não consegue aceitar migrantes de outros países da União Europeia devido ao grande número de refugiados ucranianos que precisa acolher e à pressão migratória em sua fronteira leste com Belarus. A Polônia acusa a Belarus e a Rússia de usar deliberadamente migrantes para desestabilizar a União Europeia.
Tropeço na eleição a chanceler ainda repercute 4ms2l
A votação no Bundestag desta terça-feira para eleger o novo chanceler era esperada como uma formalidade, como sempre foi, mas acabou se transformando em um desastre para Merz. Faltaram a ele seis votos para ser aprovado como novo chefe de governo, fazendo com que fosse necessária uma segunda rodada de votação. Isso é algo inédito na Alemanha do pós-guerra.
Esse início acidentado pode ter deixado Merz severamente enfraquecido, tanto internamente quanto no exterior. O susto desta terça-feira deixou transparecer um certo descontentamento dentro da própria coalizão que o sustenta - formada por conservadores e social-democratas - e lançou dúvidas sobre a capacidade para aprovar reformas e a sobre própria estabilidade de seu governo, cujas principais metas - reconstruir a economia em dificuldades da Alemanha e restaurar a liderança de Berlim na Europa - são desafios que requerem um Executivo forte.