Palestinos temem que Israel se apodere de tesouro arqueológico na Cisjordânia ocupada 2d4a71
Israel investe atualmente mais de € 8 milhões em Sebastia, no norte da Cisjordânia, para financiar escavações arqueológicas no local. As obras começaram em 12 de maio. Os palestinos receiam que as escavações sejam um o inicial para Israel tomar posse definitiva do sítio histórico. Nesta quarta-feira (21), a Bélgica pediu "explicações convincentes" de Israel, após soldados israelenses intimidarem um grupo de diplomatas durante uma visita oficial à Cisjordânia ocupada. 606040
Israel investe atualmente mais de € 8 milhões em Sebastia, no norte da Cisjordânia, para financiar escavações arqueológicas no local. As obras começaram em 12 de maio. Os palestinos receiam que as escavações sejam um o inicial para Israel tomar posse definitiva do sítio histórico. Nesta quarta-feira (21), a Bélgica pediu "explicações convincentes" de Israel, após soldados israelenses intimidarem um grupo de diplomatas durante uma visita oficial à Cisjordânia ocupada. 606040
Com informações da enviada especial da RFI a Sebastia, Amira Souilem, e AFP
Logo no início da manhã, grupos de estudantes palestinos visitavam o sítio arqueológico. Dorgham Farès, diretor de patrimônio da região de Nablus, inicia sua explicação em tom de melancolia: "O medo agora é não podermos mais entrar no sítio. Como funcionário do Ministério do Turismo e Patrimônio e morador da região, posso acabar tendo que pagar ingresso para visitar o lugar como se fosse um turista qualquer", contou à RFI.
Com ruínas de um fórum, um teatro e o templo de Augusto [ex-imperador romano], a antiga cidade de Sebastia — fundada por Herodes, o Grande — é considerada uma das principais joias arqueológicas da Palestina. Para os israelenses, porém, trata-se da antiga Samaria, capital do antigo reino de Israel.
Mohammad Azzam, prefeito de Sebastia, assiste sem poder fazer nada ao início das escavações: "As forças de ocupação anunciaram a construção de um quartel militar dentro do sítio arqueológico. Trata-se de uma nova estratégia da ocupação para esvaziar a área e controlar seu patrimônio histórico. O turismo palestino será prejudicado, já que os visitantes provavelmente não poderão mais entrar. Os centros turísticos vão fechar, e a economia local será destruída", afirma.
O sítio arqueológico de Sebastia foi incluído na Lista do Patrimônio Mundial da Unesco em 2012 e na Lista do Patrimônio Islâmico da Isesco em 2024. As autoridades palestinas agora pedem que a Unesco intervenha para evitar qualquer tentativa de apropriação.
Tiros contra diplomatas estrangeiros na Cisjordânia 5j3k5j
Nesta quarta-feira (21), a Autoridade Palestina acusou soldados israelenses de terem disparado munição real contra diplomatas estrangeiros durante uma visita oficial organizada por autoridades palestinas na cidade de Jenin, no norte da Cisjordânia ocupada — região atualmente alvo de uma ofensiva militar israelense.
O Ministério das Relações Exteriores da Palestina divulgou um vídeo em que dois homens, vestidos com uniformes militares israelenses, apontam armas na direção de um grupo de diplomatas. É possível ouvir vários disparos na gravação. A AFP, porém, informou que ainda não conseguiu verificar de forma independente a autenticidade das imagens.
Um jornalista da agência, que estava nas proximidades do local do incidente, confirmou ter ouvido os tiros e filmado veículos diplomáticos deixando a área às pressas. De acordo com fontes diplomáticas, estavam presentes representantes da China, Japão, México e de países europeus como França, Holanda e Romênia.
Bélgica exige explicações y6830
O ministro das Relações Exteriores da Bélgica, Maxime Prévot, exigiu nesta quarta-feira (21) "explicações convincentes" por parte de Israel, após soldados israelenses realizarem disparos de advertência contra um grupo de cerca de 20 diplomatas, entre eles um cidadão belga, durante uma visita oficial à Cisjordânia ocupada.
"Ele está bem, felizmente", afirmou Prévot na rede X (antigo Twitter), referindo-se ao diplomata belga envolvido no incidente.
Segundo o ministro, os diplomatas participavam de uma visita oficial à cidade de Jenin, previamente coordenada com o exército israelense. Eles estavam em um comboio de cerca de 20 veículos claramente identificados como oficiais.
O incidente acontece em meio ao aumento da pressão internacional sobre Israel por sua atuação na Faixa de Gaza, onde a intensificação dos bombardeios e as condições críticas da população civil têm gerado forte condenação mundial.
Apesar disso, o Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou, na terça-feira (20), que "pressões externas não farão Israel se desviar de seu caminho para defender sua existência e segurança".