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Portugueses se dizem cansados de eleições e só desejam um governo estável 1k3z18

15 mai 2025 - 12h06
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Para muitos portugueses, a expectativa para a eleição geral de domingo é bastante simples: um governo que possa enfrentar os desafios impostos pelas tensões comerciais globais e outras questões geopolíticas, e o fim do ciclo ininterrupto de eleições. 4e1q

Mas para os céticos moradores de Marinha Grande, uma cidade de classe trabalhadora com 40.000 habitantes no centro de Portugal e um centro para a indústria de moldagem por injeção, até mesmo isso parece uma ilusão.

A votação é a terceira eleição geral em três anos e ocorre após um período de 10 anos de governos frágeis, dos quais apenas um teve maioria parlamentar, mas que, mesmo assim, entrou em colapso na metade de seu mandato no ano ado.

Luis Simões, de 36 anos, trabalhador de uma fábrica, estava entre os preocupados com a possibilidade de não surgir um governo duradouro no domingo, deixando a estabilidade necessária dependente de acordos frágeis entre os partidos.

Isso, em um momento de tensões comerciais globais desencadeadas pela ofensiva tarifária dos Estados Unidos e uma alta carga tributária doméstica.

"Se eles (as partes) não chegarem a um entendimento lá no topo da pirâmide, nós sofreremos aqui", disse ele à Reuters na fábrica da Iberomoldes.

No entanto, o impacto das novas tarifas dos EUA sobre as importações - inclusive da União Europeia - quase não foi mencionado na campanha eleitoral, mesmo com as exportações já tendo sido afetadas no primeiro trimestre e com a economia tendo encolhido em relação aos três meses anteriores.

As pesquisas de opinião mostram a Aliança Democrática (AD), de centro-direita, do primeiro-ministro Luís Montenegro, obtendo o maior número de votos, mas não conquistando uma maioria parlamentar, em resultado semelhante ao da votação anterior, em março de 2024.

Também há pouca mudança para o seu eterno rival, o Partido Socialista (PS), de centro-esquerda, que está logo atrás.

Marinha Grande tradicionalmente vota no PS, mas na eleição do ano ado muitos se voltaram para o partido de extrema-direita Chega, que obteve 20,5% dos votos na região, contra 7% anteriormente. O PS obteve 29,8%, bem abaixo dos 43,5% que obteve no pleito anterior na região.

Em nível nacional, o Chega tem tido uma votação em baixa desde que quadruplicou sua representação parlamentar no ano ado. Sua retórica antiestablishment e anti-imigração é vista como tóxica demais para servir de apoio para qualquer partido.

Nenhum partido apresentou novas propostas que gerassem muito entusiasmo entre os portugueses ou que atendessem às suas preocupações.

"Cada partido está apenas dizendo que é o mais sério e que os outros são antiéticos ou corruptos", disse Samuel Silva, assistente istrativo de um escritório em Lisboa.

"Os problemas econômicos da Europa chegarão a Portugal mais cedo ou mais tarde, mas não vejo nenhum dos principais partidos falando sobre isso, pois isso não traz votos."

Grande parte da campanha tem se concentrado em questões éticas, como os negócios da empresa de consultoria da família de Montenegro. A questão derrubou seu governo em março, mas não repercutiu entre os eleitores - que ainda o consideram, em grande parte, o melhor homem para o cargo, de acordo com pesquisas de opinião. Montenegro negou qualquer irregularidade.

"As pessoas realmente não se importam muito com a questão. Elas estão fartas", disse o professor de ciência política José Tomaz Castello Branco, da Universidade Católica de Lisboa, citando o cansaço dos eleitores após tantas eleições.

"Não há muita esperança de que o futuro seja diferente do presente", acrescentou.

O único potencial para alguma estabilidade parece estar com o quarto colocado, o partido pró-negócios Iniciativa Liberal, que poderia obter votos suficientes para formar uma coalizão governamental majoritária com o AD, com o qual tem algumas afinidades.

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