Vaticano agradece cardeal barrado por Francisco por desistir do conclave 2u5429
Giovanni Angelo Becciu esteve envolvido em um escândalo de desvio de dinheiro dentro do Vaticano 4i3v6j
Cardeal Giovanni Angelo Becciu, envolvido em escândalo financeiro no Vaticano, desistiu do conclave de 2025, decisão elogiada pela Congregação como gesto pelo bem da Igreja e da escolha do novo papa.
A decisão do cardeal Giovanni Angelo Becciu de não participar do próximo conclave foi recebida com apreço pela Congregação dos Cardeais, conforme comunicado divulgado nesta quarta-feira, 30. O gesto é visto como uma contribuição para a comunhão e a serenidade do processo que escolherá o novo papa. Becciu era considerado uma presença controversa por estar envolvido em investigações financeiras no Vaticano. 4q1220
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O cardeal Becciu foi condenado a cinco anos e meio de prisão por um tribunal do Vaticano em 2023, por peculato e abuso de poder. O escândalo foi motivado por uma fraude financeira após a compra de um edifício de luxo em Londres, que causou um rombo de 139 milhões de euros ao Vaticano.
Na nota oficial, a Congregação destacou que Becciu tomou a iniciativa "tendo em mente o bem da Igreja", e expressou gratidão pública pela sua escolha. Embora não houvesse impedimento formal para sua participação, a exclusão do cardeal das funções curiais pelo papa Francisco em 2020 havia enfraquecido seu prestígio dentro do Colégio de Cardeais.
O comunicado também abordou a participação de todos os cardeais eleitores no conclave, mesmo que o número ultrae o limite de 120 previsto pela Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis, de 1996. A Congregação esclareceu que o papa Francisco, ao nomear mais de 120 cardeais, exerceu sua autoridade para dispensar essa regra.
Caso Becciu 1m1c4b
Giovanni Angelo Becciu, de 77 anos, foi um dos colaboradores mais próximos de Francisco, e era seu substituto número três. Ele foi condenado a cinco anos de prisão por um tribunal do Vaticano, no chamado “processo do século”, o primeiro do tipo contra um funcionário de alto escalão da Santa Sé.
O cardeal sempre alegou inocência, e acusou o sistema de justiça do Vaticano de não ser justo nem imparcial. Ele também foi considerado um bode expiatório para operações orquestradas por seus inimigos.
Quando foi demitido pelo papa, em setembro de 2020, Becciu também precisou renunciar ao cargo de Prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos. Apesar de estar envolvido no escândalo --com um investimento multimilionário em Londres, usando fundos secretos da Secretaria de Estado, bem como a transferência de fundos não solicitados para seus parentes sardos-- ele começou, junto com advogados, uma campanha na mídia para limpar seu nome. Ele surpreendeu a todos ao processar a revista L'Espresso, que revelou o escândalo, para exigir uma enorme indenização por ter perdido a chance de se tornar Papa.
Desafiando a decisão de Francisco, Becciu começou uma campanha para angariar apoio durante as congregações gerais para o próximo conclave. No entanto, cartas feitas pelo Papa Francisco deixam decidido, de forma definitiva, que o cardeal não deve participar do conclave após a morte do pontífice.