Aniversariante do dia, Guilherme Weber também celebra 32 anos de carreira: 'Plenamente realizado' 2z5z1d
Em entrevista à CARAS Brasil, o ator Guilherme Weber faz balanço de sua trajetória na carreira artística e fala de novos projetos que estão prestes a estrear j6s45
Aniversariante do dia, o ator e diretor Guilherme Weber (53) - que ganhou destaque na pele do bicheiro Marco em Volta por Cima, novela das sete da TV Globo que chegou ao fim recentemente - está prestes a completar 32 anos de carreira. Em entrevista exclusiva à CARAS Brasil, o artista confessa já sentir saudades da trama de Claudia Souto; fala sobre novos trabalhos, entre eles, o monólogo O Corpo Mais Bonito já Visto Nesta Cidade, que estreia no segundo semestre, no Rio de Janeiro; e faz um balanço de sua trajetória de sucesso. 3m271r
"É um bom tempo de estrada! No balanço, o que me vem é celebrar a alegria de viver do trabalho que eu amo. Tive a felicidade de receber o chamado da minha vocação desde cedo e desde que comecei, nunca precisei me dedicar a nenhuma outra atividade que não fosse o trabalho criativo, como ator, diretor, tradutor, curador. É um equilíbrio feito por muita sorte e muito trabalho", diz o veterano.
"Então, me sinto plenamente realizado, mesmo querendo mais (risos). Felizmente, a ambição não empana o brilho do reconhecimento da realização. Já o aprender e evoluir é o kit de sobrevivência para poder seguir no trabalho artístico", continua o artista, acrescentando o que falaria para o Guilherme Weber do ado. "Escute com mais atenção a frase mantra de sua mãe: 'As coisas acontecem quando tem que acontecer'", revela.
Volta por Cima chegou ao fim no dia 26 de abril para dar lugar a Dona de Mim, nova novela das sete da emissora carioca. O folhetim marcou o coração do público, que já sente saudades. Para Weber, a obra foi "vitoriosa e deliciosa". "Foi a confirmação absoluta do talento da autora Claudia Souto em criar personagens interessantes e subjetivos e ambientes envolventes. Além dela nunca abandonar um personagem no meio do caminho, o que é importante", salienta.
"Para mim, foi a possibilidade de criar em uma zona que fazia tempo que eu não visitava, de personagens mais densos. E a novela se comunicou com o público de maneira clássica e sem reservas, entregou o que as pessoas buscam em uma novela, em um melodrama, mas também não teve medo de surpreender. Acredito que o capítulo final já é um clássico, por exemplo, justamente pelo equilíbrio entre o clássico e o original", completa.
E saudades, o ator também sente! "Com certeza! Eu sinto saudades de trabalhos e cotidianos que terminaram em 2017, por exemplo (risos). Imagine se não vou sentir deste que ainda está quentinho? Vou sentir muita falta de encontrar e trabalhar com amigos de palcos e telas que eu não via profissionalmente há muito tempo. E da chance de trabalhar com atores veteranos que eu sempre irei como José de Abreu, Betty Faria e Lucinha Lins. Depois de uma idade de vida e carreira, a gente aprende mesmo é reafirmar valores. E aqui a certeza de que um elenco e uma equipe que trabalham inspirados, com prazer, com liderança, mas sem hierarquia fazem sempre um grande trabalho", celebra.
Questionado sobre quem do elenco vai levar para a sua vida, Weber confessa: "Digo sempre que um camarim é para sempre. Então comigo, felizmente, segue o elenco todo. Alguns na boa memória, outros transcendendo também para as coxias e mesas de bares".
NOVOS PROJETOS A CAMINHO
Guilherme Weber estreia no dia 14 de agosto o monólogo O Corpo Mais Bonito já Visto Nesta Cidade. O espetáculo ficará em cartaz no Teatro Sesi Firjan, no Rio de Janeiro, para uma primeira temporada de um mês. Trata-se do assassinato de um menino de 17 anos num vilarejo, levantando temas como abusos, homofobia e desesperanças.
"O texto é do dramaturgo catalão Joseph Maria Miró e direção do argentino Victor Garcia Peralta. Conta o assassinato de um jovem de 17 anos em uma pequena cidade. Fala de um corpo agredido, um corpo mutilado, um corpo diferente, um corpo que desejaríamos ter. Como se um corpo que deseja tanto e é tão desejado tivesse que ser punido em algum momento. A libido, a pulsão de vida do garoto, incomoda a moral da cidade e no teatro o corpo não é apenas matéria é uma convenção, uma ideia, um signo e assim ele faz uma pequena revolução quando é capaz de mudar um minuto de uma pessoa, o que é o início para mudar o mundo", explica o ator.
"Eu fiz três espetáculos solos lá atrás, no repertório da Sutil Companhia de Teatro, o último foi há quinze anos, então é um retorno a um formato que me deixa muito empolgado. Existe uma grande delícia no solo que é a de começar o jogo, a troca com a plateia e não parar até o final da história, o fluxo contínuo da proposta do ator para a plateia. E este em especial parte de um texto que tem grande qualidade literária, o que é um bálsamo para um apaixonado por boas leituras como eu", emenda Weber.
O artista também se prepara o lançamento do longa-metragem Dr. Monstro, do premiado diretor Marcos Jorge (60), baseado na história do cirurgião plástico Farah Jorge Farah (1949-2017), no qual contracena com Taís Araújo (46) e Marat Descartes (49). "É um filme que reconstitui o julgamento e o crime cometido pelo cirurgião plástico Farah Jorge Farah, que matou e esquartejou o corpo da namorada e o espalhou em treze sacos de lixo. É um 'true crime' e visita as nuances deste julgamento a partir do qual se discutiu muito sobre feminicídio no país", diz.
"O público pode esperar a possibilidade de revisitar ou conhecer este que foi um dos casos mais especulados da época e também o fazer com a consciência de hoje. Muito interessante entender um tribunal de justiça como o lugar do embate das narrativas, especialmente na época da pós-verdade", acrescenta.
Além do espetáculo e do filme, Guilherme Weber conta que outros projetos também estão a caminho. "Tenho ainda um filme como ator para rodar no segundo semestre e algumas traduções e adaptações para terminar que serão futuros projetos. Os sonhos e os desejos para 2025 já estão todos encontrados e concentrados para virarem realidade!", comemora.
TV GLOBO: 60 ANOS
A TV Globo completou 60 anos no dia 26 de abril, e Guilherme Weber contribuiu para a grandiosa história da emissora com seu talento e dedicação. Com mais de 20 trabalhos no canal, ele ganhou destaque, por exemplo, ao interpretar o vilão Tony de Da Cor do Pecado (2004), em que contracenou ao lado de Giovanna Antonelli (49). A atriz deu vida a personagem Bárbara, também vilã.
Ele, então, entrega como se sente ao fazer parte deste marco. "É de muito orgulho e com um sentimento pessoal de realização e concretização de sonhos. Todo brasileiro é de maneira direta ou indireta, um espectador da Rede Globo. Eu sempre fui 'noveleiro' e muito da minha educação sentimental veio das novelas que amei quando era garoto: Vale Tudo, Top Model, Jogo da Vida, Louco Amor, Vereda Tropical, Roque Santeiro, Cambalacho (...)", fala.
"Através das novelas da Globo comecei a amar o Rio de Janeiro, apurei meu ofício, conheci colegas de trabalho e grandes amigos. É uma parceria que segue por vinte anos da minha carreira, então é muito especial. Na gravação do show de comemoração dos sessenta anos fiquei muito emocionado vendo tantos fragmentos da história da emissora que também eram fragmentos da minha memória e da minha vida como ator e como brasileiro", completa Weber.
Em seguida, ele relembra com carinho seus trabalhos mais marcantes na Globo. "Entre eles, acredito que foram Da Cor do Pecado, que foi minha primeira novela e onde fiz o Tony, um vilão maquiavélico e irônico; e a série Queridos Amigos, pela qual ganhei o prêmio de melhor ator de televisão dado pela associação dos críticos de São Paulo pelo Benny, uma bicha ácida e um tanto quanto infeliz em um retrato da geração pós-hippie do Brasil. São os personagens que percebo os mais amados justamente pelo 'retorno das ruas'. O bordão do Tony - 'Calma, coração' - é muito repetido pelas pessoas que me encontram na rua, o que eu acho uma consagração!", finaliza o artista.
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