De banho a encontros: truques de mães solo para conciliar vida pessoal e filhos 151q11
“Dar conta de tudo” é impossível, mas há formas de amenizar a solidão e cuidar de si 1p272
Zô, Juliana e Vanessa. Três mulheres de idades que variam entre 30 e 40 anos, de classes sociais e regiões diferentes. Elas não se conhecem, mas experienciam – cada uma de seu canto – a maternidade solo. 1l4w3q
Quando questionadas sobre “como dar conta”, todas respondem a mesma coisa: “Não dá conta”. E entender que não dá para dar conta (e que está tudo bem) é a base para tentar criar espaços de relaxamento dentro de um contexto bastante só.
Sem tempo para romance 3dj1v
Ela acredita que tentar driblar a culpa pela ausência diária do pai é uma estratégia importante, uma vez que “algum tópico sempre vai ficar em falta”. “Assim como eu, muitas mães não têm tempo para se dedicar a um novo relacionamento amoroso, que demanda dedicação, tempo e energia. Como não há momentos em que o filho fica com o pai, a mãe se dedica exclusivamente ao trabalho e à criança. Se aprofundar em uma relação significa menos tempo com o filho, o que é algo muito doloroso”.
A importância da rede de apoio 2g655j
Zô diz que buscou apoio em grupos de mães solo em redes sociais, e que fez uma diferença bem positiva para ela. Amigas com filhos por perto também era uma boa estratégia – uma ajudava a outra, e até os encontrinhos podiam acontecer com mais facilidade. “As crianças ficavam brincando em casa e a gente bebia um vinho e conversava”.
Hoje, com o filho maior, ela tenta curtir um samba e eventos diurnos com a cria por perto. “Levo ele comigo, e ele gosta. Já levei muitas vezes para o trabalho, também, e ele achava o máximo”.
Mas Zô ressalta que, sem uma rede de apoio, seria impossível viver. A dela é formada pela mãe, pela cunhada e pela irmã. “Três mulheres que foram essenciais para que eu conseguisse conciliar minimamente a maternidade com a minha vida profissional. Além disso, faço um mestrado cujo tema é maternidade solo. As contas precisam ser pagas, e conversando com a criança, ela entende isso”.
Como amenizar a solidão ps3j
Juliana e Vanessa citam o mesmo termo: rede de apoio. A de Juliana, 30, são os pais, avós de seus três filhos, de 12, 8 e 6 anos. Ela decidiu trabalhar como autônoma para se dedicar aos meninos – enquanto eles estão na escola, ela sai para vender produtos. Quando eles voltam, ela faz questão de estar em casa. Quando as férias chegam, os filhos vão junto dela para o trabalho.
“A gente vai deixando muita coisa de lado para se encaixar na vida e na rotina dos filhos. Uma mãe solo se encaixa na vida dos filhos, não são os filhos que se encaixam na rotina dela. Tudo muda”, diz.
Incentivar filhos independentes 5o1x2k
“Uma dica é criar filhos independentes, para que facilite a rede de apoio. Se a mãe não incentiva essa independência, as crianças vão ter dificuldade para ficar longe, quando for necessário. E essa separação, às vezes, é necessária, para que essa mãe exercite um pouco seu lado mulher. Saia para ear e namorar”, afirma.
Pequenos prazeres 4j3z4w
Zô tenta, pelo menos periodicamente, assistir a alguma série e tomar uma taça de vinho para relaxar. Juliana sai para caminhar na rua e assistir a filmes de que gosta. Ela também curte ler livros, e aproveita quando os filhos estão com os avós para colocar tudo isso em prática.
Vanessa Menegatti, de 33 anos, diz que o segredo é não se cobrar tanto e entender que é necessário “fazer o que dá”. Ela cria uma rotina para antecipar ao máximo as tarefas do dia seguinte, como deixar a mochila do filho pronta no dia anterior e cozinhar para a semana.
“Para uma mãe solo, momentos de lazer costumam ser limitados. Por isso, é bem importante ter uma rede de apoio. Para relaxar, escuto músicas enquanto tomo banho – que é um momento bem relaxante para mim. Quando meu filho está com os avós, tento visitar lugares de que gosto – ir a shows ou casas de rock –, além de fazer exercícios mesmo em casa. Eles ajudam a criar disposição para tarefas diárias”.