A Ucrânia disse que a Rússia recusou nesta segunda-feira (2) uma proposta de cessar-fogo incondicional na guerra iniciada em fevereiro de 2022, enquanto Moscou afirmou ter oferecido a Kiev uma trégua de "dois ou três dias" em determinados setores da linha de frente. 43316h
Delegações dos dois países se reuniram pela segunda vez em Istambul, na Turquia, para dar sequência ao encontro realizado em 16 de maio, mas as negociações ainda não produziram avanços concretos para paralisar o conflito.
"O lado russo continua a rejeitar um cessar-fogo incondicional", disse o vice-ministro das Relações Exteriores ucraniano, Sergiy Kyslytsya, em uma coletiva de imprensa em Istambul.
Kiev pede uma trégua incondicional de 30 dias e a realização de um encontro entre os presidentes Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin, com uma possível participação do mandatário dos Estados Unidos, Donald Trump.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, reiterou que gostaria que essa reunião ocorresse no país. "Meu maior desejo é reunir Putin e Zelensky em Istambul ou Ancara. Gostaria que Trump também viesse", ressaltou o líder turco.
A Ucrânia também propôs realizar uma nova rodada de tratativas entre 20 e 30 de junho e disse que vai avaliar ao longo das próximas semanas os documentos entregues nesta segunda pela equipe da Rússia.
Já o chefe dos negociadores de Moscou, Vladimir Medinsky, conselheiro de Putin, declarou que propôs "um cessar-fogo específico de dois ou três dias em certas áreas da linha de frente", a fim de que "os comandantes possam recolher os corpos de seus soldados".
Apesar das divergências sobre a trégua, os dois lados concordaram com a maior troca de prisioneiros desde o início do conflito, englobando todos os militares gravemente feridos, os doentes e aqueles com menos de 25 anos de idade, bem como os restos mortais de 6 mil soldados mortos de cada lado.
Além disso, a Ucrânia entregou à Rússia uma lista de 339 menores de idade que teriam sido deportados ilegalmente por Moscou, razão pela qual o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu há dois anos um mandado de prisão contra Putin. Medinsky, no entanto, negou que essas crianças tenham sido sequestradas.
"Não há nenhuma criança raptada. Há crianças salvas por nossos soldados, e estamos procurando os pais. Se os pais se apresentarem, as devolveremos", assegurou.