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"O Agente Secreto" é um filme "absolutamente brasileiro", define Wagner Moura em Cannes 4n6p2k

"O Agente Secreto", de Kleber Mendonça Filho, estreou neste domingo na competição oficial do Festival de Cannes. A equipe do longa, protagonizado por Wagner Moura, chegou ao tapete vermelho embalada por um bloco de frevo. O filme foi aplaudido com entusiasmo por vários minutos após a exibição e jà é citado como um forte candidato à Palma de Ouro. 5fo4o

19 mai 2025 - 06h45
(atualizado às 08h18)
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Resumo
"O Agente Secreto", de Kleber Mendonça Filho, estreia em Cannes com Wagner Moura como protagonista, sendo elogiado por sua essência "absolutamente brasileira", explorando a ditadura e temas como memória, resistência e identidade, e se destacou como forte candidato à Palma de Ouro.

"O Agente Secreto" se a em Recife, em 1977, e explora as tensões políticas da época da ditadura militar brasileira. Essa é a primeira colaboração entre Kleber Mendonça Filho e Wagner Moura. O diretor e ator concederam juntos uma entrevista à RFI em Cannes.  5z62g

Para Wagner Moura, foi "libertador" voltar a atuar em português. Ele ficou muito feliz nas filmagens e com a colaboração inédita com Kleber Mendonça. Segundo o ator, "Agente Secreto" é um filme "absolutamente brasileiro".  

"Kleber transforma as referências dele em algo absolutamente brasileiro, de uma forma única. Quer dizer, é um cinema de gênero, que não foi inventado no Brasil, mas é um filme totalmente brasileiro. Isso faz com que esse filme seja um filme original, forte, potente, especial", elogia Moura. 

O cineasta pernambucano, afirmou que fez uma crônica de uma época. "É uma crônica em longa-metragem de um momento da história do Brasil que eu pessoalmente ainda lembro, porque eu era uma criança, mas, ao mesmo tempo, eu acho que tem muita pesquisa histórica", afirma. O cineasta acredita que o filme fala de "resistência" porque mantém o "olhar na realidade". 

História  1t646q

A trama acontece "em uma época cheia de pirraça" aponta uma legenda no início do filme. O longa segue o retorno do professor universitário Marcelo (Wagner Moura) a Recife. Ele busca documentos oficiais da mãe, uma adolescente, doméstica de origem indígena, engravidada pelo filho da família de senhores de engenho.  

Marcelo também quer se reencontrar com o filho e fugir do Brasil, pois descobre que está marcado para morrer. Pessoas são assassinadas, corpos jogados em represas e rios. Uma perna é descoberta dentro de um tubarão, ganha vida e volta para se vingar. As citações de filmes da década de 1970 são inúmeras, sendo a mais explícitas dela a referência a "Tubarão", de Steven Spielberg. 

O longa é uma combinação de filme de espionagem, thriller político, pastiche, relato pessoal e elementos surreais. Explora temas de resistência, identidade e memória. "O Agente Secreto" tem vários elementos característicos da obra de Kleber Mendonça Filho.  

Ele é realizado após "Retratos Fantasmas", também selecionado em Cannes em 2022, fora da competição. Os dois longas foram rodados nos mesmos locais, e abordam a questão da memória, resistência, diálogo com a história do cinema, e têm ambos três partes.  

O "Agente" seria uma continuação. "Eles têm a mesma alma, eu diria, porque são dois filmes muito repletos de imagens guardadas, mas eles não poderiam ser mais distintos", acredita. 

Filme político  2k3x4k

Wagner Moura, diretor de "Marighella", também aborda a questão da memória e da história do Brasil em sua obra. Ele salienta que gosta de filmes políticos, mas diz que "O Agente Secreto", é um "filme político diferente".  

"O meu filme 'Marighella' é ostensivamente confrontador. Esse é um filme sobre pessoas que vivem numa situação tão louca, de valores tão distópicos que, como o Kleber fala, dizer que a 'água é molhada' soa como uma coisa comunista", pontua. 

"O Agente Secreto" marca a terceira participação de Kleber Mendonça Filho na disputa pela Palma de Ouro, após Aquarius (2016) e Bacurau (2019), e a quarta na seleção oficial. A seleção do longa reforça a presença e o prestígio do cinema brasileiro no cenário internacional, depois do Oscar histórico de "Ainda Estou Aqui", que também aborda o tema da ditadura.

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