Mídia digital x mídia impressa: por que as revistas femininas estão voltando às bancas? 1x585z
Especialista em marketing explica que o excesso das telas está dando espaço para o uso maior do físico 321v65
Com o crescente cansaço digital, revistas impressas como Elle e Glamour voltam com edições de luxo, apostando em experiências sensoriais e conexão emocional no lugar do digital.
Tendo de se adaptar à evolução do mundo virtual, as revistas se adaptaram às telas. Porém, em meio aos excessos do ambiente digital, os hábitos antigos estão retornando com força. Após a queda da mídia impressa na última década, grandes revistas femininas como Elle, Glamour e Capricho regressam às ruas. Algumas, com capricho editorial tamanho que se tornaram edições de colecionadores. 5j2bl
Segundo uma pesquisa feita em 2023 pela DataReportal, plataforma que analisa insights de comportamento online, o Brasil entrou no segundo lugar do país com mais pessoas em frente a uma tela. São cerca de 56,6% das horas acordadas em frente a telas, ou seja, cerca de nove horas do dia.
A pandemia foi um dos pontos de partida para a dependência do mundo virtual, devido ao isolamento. Segundo o senador Eduardo Girão, no período entre 2020 e 2022, houve um aumento de 31% do tempo médio que os brasileiros am nas redes.
O resultado disso gera uma fadiga digital que se caracteriza por uma dependência das telas. Ou seja, o que era para ser prazeroso, se torna um peso. A sacada do marketing e das novas tendências são de minimizar as telas, e voltar alguns prazeres antigos. Desde trocar celulares, pela estética das câmeras digitais, até retomar a leitura de revistas físicas.
Ter uma revista impressa tornou-se atualmente uma experiência sensorial. Tanto pela estética, como pela nostalgia do hábito. O valor das revistas tem um valor colecionável, transmitindo uma sensação para quem lê.
Publisher e chefe editorial da revista, Susana Barbosa, explica que mesmo com o retorno da revista impressa, a estratégia mudou completamente. Por isso, escolheram os meses de março, maio, setembro e dezembro para o lançamento das edições, considerados meses fortes. “Criamos um produto para ser guardado, e não jogado fora. Brinco que não é uma ‘revista de banheiro’, é ‘de sala’”, diz ela.
Em termos de marketing, a volta dessa tendência tem a ver com o ressignificar do uso para os dias atuais. Segundo Sarah Borges, diretora de marketing da Vivere Press, a conexão com as pessoas vende mais do que qualquer anúncio.
“Atualmente, a fuga das pessoas está na realidade, e usar as ferramentas impressas e físicas aproximam o ser humano. O marketing deve comunicar diretamente com o sentimento das pessoas, e, ao mesmo tempo, ar a sua mensagem. A experiência sensorial também faz parte da estratégia e vende mais do que um anúncio qualquer. Por isso, faz muito sentido usar esse sentimento de fadiga e inconstância do digital, e oferecer algo mais sólido, perpétuo e leve para as pessoas”, afirma ela.
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