F1: O sucesso específico (e inesperado) da Ferrari em Mônaco 4s353t
De forma até inesperada, a Ferrari tem um ótimo desempenho no início dos treinos em Mônaco. Mas o tipo de pista acaba por ajudar o SF-25 3q5cl
Quem viu os resultados do primeiro dia de trabalhos para o GP de Mônaco não poderia acreditar que a Ferrari estaria na frente nas duas sessões. Tanto Leclerc como Hamilton tinham feito declarações que seria uma corrida difícil para a equipe italiana dadas as dificuldades do carro em classificação. Este ponto ficou bem claro em Imola, onde o SF-25 não entregou nos treinos, porém teve um bom ritmo de corrida. w461m
Quase dois meses atrás, escrevi um artigo falando das dificuldades da Ferrari em entender o funcionamento do SF-25 (quem quiser conferir, olha o link aqui). Mesmo com os dados iniciais positivos, o carro mostrou uma janela muito estreita de funcionamento e com uma traseira problemática, que exige uma altura maior para fazer que ande, mas abrindo mão da geração de pressão aerodinâmica.
Neste caso, a pergunta que mais se faz é: por quê a Ferrari optou por não desenvolver o SF-24, que terminou tão bem o ano?
A continuação seria lógica. Porém existe muita gente que pensa o carro e fez a avaliação de que o conceito não teria muito mais para onde ir. Além disso, os pontos fracos motivavam uma mudança. Esta foi a visão dos técnicos comandados por Enrico Cardile, que está no fim do período de quarentena para se transferir para a Aston Martin. Loic Serra, vindo da Mercedes, começou seu trabalho e encontrou boa parte do projeto 2025 definida.
Voltando a Mônaco. Pelas características da pista, existe uma receita básica para todos: usar o máximo de asa possível, subir o carro, amolecer a suspensão e aumentar o jogo de direção.
Para este fim de semana, além desta receita, a Ferrari trouxe mudanças leves na geometria da suspensão dianteira e uma asa traseira baseada naquela usada na SF-24 em Monaco (e funcionou bem nas pistas de maior carga). Aparentemente, nada demais. Só que de uma maneira inesperada, o carro funcionou bem.
Uma das qualidades deste carro é a tração. Em uma pista onde este aspecto é muito exigido, é uma qualidade que a Ferrari soube aproveitar muito bem, principalmente Leclerc. Embora tenha batido no TL1 numa fechada dada por Lance Stroll, o carro não sofreu muito. Mesmo Hamilton, que vem em um processo de adaptação, o ritmo foi interessante, especialmente no TL2.
Aqui, uma coisa interessante: ambos dividiram o uso dos pneus e a simulação de corrida também foi bem positiva. Desta forma, abre brecha para uma maior liberdade estratégica para a Ferrari. Embora a classificação seja crucial para o sucesso na prova.
Mas o que chama a atenção é a consistência. E o grande problema da Ferrari até aqui pode ser um ganho: todo mundo teve que subir a altura do carro e a aerodinamica acaba perdendo peso, mesmo com o uso das maiores asas possíveis (não nos esqueçamos que boa parte da pressão aerodinamica vem do assoalho e difusor). Assim, o peso da habilidade do piloto e as valencias do carro de tração e entrada e saída de curvas fazem a diferença.
Uma boa corrida em Mônaco pode dar uma injeção de animo e dar tranquilidade para que a Ferrari possa trazer o pacote maior de atualizações para a Espanha, envolvendo um novo assoalho e uma parte traseira bem revisada, especialmente a suspensão. Até aqui,a Ferrari pode ter direito de sonhar com dias melhores.