Impeachment de Augusto Melo: o que acontece agora e quem assume a presidência do Corinthians? 3x3u1m
Por decisão do Conselho Deliberativo, dirigente foi afastado do cargo até a votação da assembleia geral, que definirá o futuro da gestão 254x4s
Alvo de impeachment, Augusto Melo foi afastado da presidência do Corinthians na noite desta segunda-feira, 26, após votação do Conselho Deliberativo (CD) do Alvinegro Paulista. O dirigente não resistiu à crise institucional alavancada pelo indiciamento no âmbito das investigações do caso 'VaideBet'. 156i7
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Com a aprovação do impeachment pelo CD corinthiano, a presidência do clube é assumida interinamente pelo primeiro vice-presidente, Osmar Stábile. Armando Mendonça assume a vice-presidência interina.
Osmar Stábile é conselheiro de longa-data do Corinthians, atuou como vice-presidente de Alberto Dualib, e já se candidatou à Presidência do clube, mas saiu derrotado em três ocasiões.
Cabe, agora, a Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo, convocar, em até cinco dias, uma assembleia geral para que os associados do clube votem a destituição de toda a gestão. Essa é a última instância do processo interno e, caso os associados votem a favor, Augusto Melo deixará a presidência de maneira definitiva.
Nesse caso, toda a diretoria estatutária do Corinthians, montada por Melo, seria destituída. A decisão, por outro lado, não afeta figuras como Fabinho Soldado, diretor de futebol, e Alex Brasil, diretor de base, que embora integrem a gestão, são contratados pelo clube.
Assim, o presidente interino segue no cargo até que Tuma Júnior convoque a votação de um novo mandatário pelo Conselho Deliberativo. O eleito ocupa o cargo até 2026, quando acaba o fim do mandato de Augusto Melo.
Mais cedo nesta segunda, Melo organizou uma entrevista coletiva e falou sobre o até então possível afastamento: “O jogo não acabou, mas saio de cabeça erguida. Saio do Corinthians neste momento, por enquanto, com salários em dia há sete meses, com planejamento de um ano que tinha tudo para dar certo”.
Entenda o caso
Na última quinta-feira, 22, veio à tona o indiciamento de Augusto Melo por associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro. Além dele, os ex-dirigentes, Marcelo Mariano, Sérgio Moura e Alex Fernando André, conhecido como Cassundé, também foram apontados como suspeitos.
O indiciamento faz parte da conclusão das investigações da Polícia Civil de São Paulo sobre o caso ‘VaideBet’.
Em nota ao Terra, a defesa de Melo afirma que recebeu o relatório final do inquérito com "incredulidade e indignação" e informa que fará suas considerações oficiais assim que concluir a análise integral do documento.
"Reitera-se a convicção de que o presidente Augusto Melo não possui qualquer envolvimento com eventuais irregularidades relacionadas ao caso. O presidente foi o responsável por viabilizar o maior contrato de patrocínio máster do futebol sul-americano, tendo recebido a proposta, encaminhado aos departamentos competentes e firmado o contrato com a aprovação de todos os setores envolvidos. Esse foi o único papel desempenhado por ele no processo", diz a defesa.
Na sexta-feira, 23, a Gaviões da Fiel, principal torcida organizada do Corinthians, pediu o afastamento 'imediato' de Melo. Em comunicado, a organização afirmou que o afastamento 'se faz necessário para preservar a imagem do Corinthians, que deve estar sempre acima de qualquer interesse pessoal'.
"E evitar que os problemas que hoje recaem sobre o presidente impactem ainda mais o clube, que já enfrenta uma grave crise istrativa, financeira e institucional", disse, em nota, a organizada.
Ainda no comunicado, a Gaviões afirmou que sua luta e contribuição continuará 'para a quitação da arena e alteração do estatuto': "Para proporcionar maiores receitas e mecanismos de istração, que não permitam ocorrer situações que nos levaram ao precário estágio que nos encontramos".
Mais cedo nesta segunda, Melo foi à Justiça e tentou derrubar não só a reunião do afastamento, mas também o indiciamento no caso VaideBet, que originou a abertura do processo.
A solicitação foi enviada à 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital por meio de um habeas corpus, em que a defesa do dirigente tentou anular o indiciamento.
A defesa de Melo justificou que as investigações sobre o acordo com a casa de apostas são usadas em cunho político por Romeu Tuma Júnior.
"Cumpre destacar que, como se demonstrará a seguir, inexiste qualquer indício de autoria delitiva, tampouco, materialidade do crime atribuído ao paciente, o que evidencia tratar-se de uma manobra de cunho meramente político, articulada indevidamente pelo presidente do Conselho Deliberativo, Sr. Romeu Tuma Júnior -- ex-delegado de polícia e ex-secretário nacional de Justiça, pessoa de grande influência nos quadros da Polícia Civil bandeirante", diz trecho da petição.
O petição não foi acatada pela Justiça de São Paulo e o processo judicial segue a tramitação normal, assim como a votação de impeachment.
