Trump e Los Angeles 2028: apoio, conflitos e os Jogos no centro da política americana 6a17r
O apoio institucional ao evento contrasta com decisões controversas que podem afetar diretamente a organização dos Jogos. g2t50
Faltando pouco mais de três anos para as Olimpíadas de Los Angeles 2028, os movimentos do presidente americano Donald Trump voltam a colocar o esporte no centro da política norte-americana e internacional. O apoio institucional ao evento contrasta com decisões controversas que podem afetar diretamente a organização dos Jogos — em especial no que diz respeito à inclusão de atletas e ao financiamento de infraestrutura. 6i34
Apoio declarado e relação com o Comitê Organizador 3g3a45
Em janeiro deste ano, o presidente do comitê organizador LA28, Casey Wasserman, se reuniu com Trump em Washington. A pauta principal foi reforçar o compromisso federal com o sucesso dos Jogos. Durante o encontro, Trump declarou que fará de tudo para transformar Los Angeles 2028 nos "maiores Jogos da história" e afirmou que "estes são os Jogos da América".
A fala teve grande repercussão no meio esportivo e político, sendo bem recebida por lideranças do Comitê Olímpico Internacional (COI), que veem a estabilidade política e o respaldo governamental como pilares essenciais para o sucesso de uma edição olímpica.
O desafio do financiamento: bilhões de dólares em jogo 321w1b
Apesar da retórica de apoio, o comitê organizador ainda aguarda uma resposta concreta sobre um pedido bilionário: US$ 3,2 bilhões foram solicitados ao governo federal para financiar obras de transporte público e infraestrutura urbana essenciais para a mobilidade durante os Jogos.
Essas obras incluem novas linhas de metrô, expansão de corredores expressos e melhorias na ibilidade urbana. Até agora, a Casa Branca não oficializou o ree, e a expectativa é de que esse processo seja gradualmente negociado — o que pode gerar atrasos caso o ritmo das liberações não acompanhe o cronograma olímpico.
Inclusão e conflito com as diretrizes olímpicas 4z3j5u
Se por um lado há entusiasmo político e institucional, por outro, uma polêmica mais profunda pode comprometer a imagem de Los Angeles 2028. Em fevereiro, Trump assinou uma ordem executiva que proíbe atletas transgêneros de competirem em categorias femininas em solo americano.
Essa medida entra em choque direto com as diretrizes do COI, que desde 2021 estabelece critérios claros para a participação de atletas trans nas Olimpíadas, baseando-se em níveis hormonais e avaliações médicas específicas. A exclusão imposta por Trump levanta a possibilidade de que atletas que se classificarem dentro das normas olímpicas possam ser impedidos de competir nos Estados Unidos — um cenário inédito e potencialmente explosivo.
Thomas Bach, presidente do COI, expressou publicamente preocupação com a política, reiterando que a inclusão e a igualdade são valores inegociáveis do movimento olímpico. Ainda assim, Bach afirmou manter "confiança no apoio do presidente Trump" ao sucesso dos Jogos, sinalizando uma tentativa diplomática de evitar um confronto direto neste momento.
Geopolítica e imagem internacional 63426g
Além das questões internas, a posição dos EUA sobre temas como imigração, direitos civis e segurança internacional também pode influenciar a forma como delegações e atletas estrangeiros veem os Jogos de 2028. Restrições de entrada no país, especialmente para nações em conflito com os EUA, poderiam gerar tensões diplomáticas que ultraam o campo esportivo.
Historicamente, Trump tem utilizado grandes eventos como vitrine para reforçar sua agenda nacionalista e seu protagonismo no cenário global — e não seria surpresa se Los Angeles 2028 fosse palco para isso.
O retorno de Donald Trump ao centro da política americana está moldando desde já o cenário das Olimpíadas de Los Angeles 2028. Seu apoio institucional é inegável e pode ser decisivo para garantir a estrutura necessária para o evento. No entanto, políticas internas controversas, especialmente em temas ligados à inclusão, colocam em risco a harmonia com o Comitê Olímpico Internacional e com o espírito olímpico.
A três anos dos Jogos, o comitê organizador caminha sobre uma linha tênue entre a celebração esportiva e a disputa ideológica. Se o equilíbrio for mantido, Los Angeles poderá, de fato, sediar uma edição histórica. Caso contrário, o esporte pode acabar sendo usado — ou até prejudicado — por embates políticos de alcance global.