Dino diz que função militar é 'subalterna' aos Poderes e critica ecos do golpe: 'Período abominável' 3q6k1r
Ministro do Supremo Tribunal Federal votou neste domingo, 31, data em que o golpe militar de 1964 completa 60 anos, contra qualquer interpretação que permita uma intervenção das Forças Armadas sobre o Executivo, Legislativo ou Judiciário 1p5d18
O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou neste domingo, 31, data em que o golpe militar de 1964 completa 60 anos, contra qualquer interpretação que permita uma intervenção das Forças Armadas sobre os Poderes. 2o3w1m
Em seu voto, ele afirmou que não existe um "poder militar". "O poder é apenas civil, constituído por três ramos ungidos pela soberania popular, direta ou indiretamente. A tais poderes constitucionais, a função militar é subalterna", escreveu.
Flávio Dino sugeriu que todas as organizações militares, inclusive escolas de formação, sejam comunicadas do resultado do julgamento assim que ele for finalizado.
"Dúvida não paira de que devem ser eliminadas quaisquer teses que ultraem ou fraudem o real sentido do artigo 142 da Constituição Federal, fixado de modo imperativo e inequívoco por este Supremo Tribunal", cravou o ministro.
O tema foi levado ao STF a partir de uma ação apresentada pelo PDT em 2020. A votação está em curso no plenário virtual. Até o momento, os ministros Luiz Fux (relator) e Luís Roberto Barroso se posicionaram no mesmo sentido.
Flávio Dino ainda usou o voto para criticar o golpe de 1964, que ele chamou de "período abominável". "O Estado de Direito foi destroçado pelo uso ilegítimo da força", escreveu. "São páginas, em larga medida, superadas na nossa história. Contudo, ainda subsistem ecos desse ado que teima em não ar, o que prova que não é tão ado como aparenta ser."
