'Profecia de São Malaquias' sobre próximo papa não é aceita pela Igreja Católica ou por estudiosos 4d354q
Texto teria sido forjado no Século XVI, para influenciar conclave; não há certeza sobre autoria do documento 123c63
A suposta "profecia de São Malaquias", conhecida desde 1595 e provavelmente forjada no século XVI, não é reconhecida pelo Vaticano ou estudiosos, carece de evidências sobre sua autoria e não contém previsão de fim do mundo em 2027.
O que estão compartilhando: que uma profecia de 900 anos, escrita por São Malaquias, teria sido descoberta recentemente pelo Vaticano. Ela apontaria que o fim do mundo aconteceria em 2027, e que o papa Francisco seria o último pontífice da história. 2dq44
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. O texto não foi descoberto recentemente - ele é conhecido desde 1595, quando foi publicado por um monge beneditino. Não há qualquer evidência de que a "profecia" tenha relação com Malaquias, santo que viveu na Irlanda 500 anos antes da divulgação do texto. Especialistas ouvidos pelo Verifica apontam que o documento foi provavelmente forjado no século XVI para influenciar eleições papais. A "profecia" não tem reconhecimento oficial do Vaticano. No texto divulgado em 1595, não há menção de que o mundo acabaria em 2027.
Para que uma profecia ou revelação seja reconhecida pela Igreja, o processo a por uma série de etapas definidas pelo Dicastério para a Doutrina da Fé. As normas mais recentes, publicadas em 2024, reforçam o papel do bispo diocesano como responsável pela investigação inicial.
O procedimento inclui a formação de uma comissão composta por teólogos, especialistas em saúde mental e canonistas, que avaliam a autenticidade do fenômeno com base em critérios doutrinários, espirituais e morais. Somente após esse parecer, o caso pode seguir para instâncias superiores no Vaticano.
Entre os critérios analisados estão a coerência com a fé católica, os frutos espirituais gerados e a conduta de quem afirma ter recebido a revelação. Se houver erros teológicos, interesses financeiros ou sinais de desequilíbrio psicológico, o processo é interrompido.
Se aprovado, a profecia investigada pode receber a indicação de "nihil obstat", permitindo sua devoção pública — mas ainda assim, não se torna parte da doutrina oficial. A Igreja entende que, mesmo reconhecidas, essas revelações não obrigam os fiéis à crença, funcionando apenas como reforço à vivência da fé, desde que em sintonia com o magistério.
