Proporção de analfabetismo em pessoas com deficiência é 4 vezes maior, aponta Censo 1x1321
Taxa de analfabetismo sobe de 5,2% para 21,3%, quando comparadas as populações de pessoas sem e com deficiência 271a5x
Cerca de 21,3% das pessoas com deficiência com 15 anos ou mais são analfabetas, indica o Censo 2022, divulgado nesta sexta-feira, 22, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Quando analisado o mesmo recorte entre pessoas sem deficiência, o percentual cai para 5,2%. 4k6t6a
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O IBGE reconheceu como deficiência dificuldades em enxergar, ouvir, andar, pegar objetos ou limitação nas funções mentais.
Vale ressaltar também que o instituto só considera como pessoa com deficiência aquele que continua tendo a limitação mesmo usando alguma ferramenta de auxílio, a exemplo de óculos ou aparelho auditivo. Somente aqueles que responderam que "não consegue de modo algum" ou que têm "muita dificuldade" foram consideradas pessoas com deficiência.
Os Estados com maiores percentuais de analfabetismo entre pessoas com deficiência estão concentrados no Nordeste do País. No Piauí, o índice chega a alcançar 38,8% da população com deficiência com 15 anos ou mais; seguido por Alagoas, com 36,8%; e Paraíba, com 34,6%.
Já os menores índices de analfabetismo entre pessoas com deficiência foram registrados no Rio de Janeiro (12,1%); Distrito Federal (11,8%); e em Santa Catarina, que teve o menor índice, de 11,6%.
As taxas de analfabetismo entre pessoas com e sem deficiência também seguem alguns padrões:
- a região Nordeste tem os maiores índices de analfabetismo;
- as taxas aumentam conforme a faixa etária da população; e
- o analfabetismo é maior entre indígenas, pretos e pardos.
Ainda assim, as gerações mais jovens de pessoas com deficiência ainda não alcançaram maior escolarização, como tem acontecido com os brasileiros sem deficiência.
"Ainda persiste um número expressivo de jovens com deficiência em situação de analfabetismo: a taxa entre pessoas de 18 a 24 anos de idade com deficiência foi de 12,4%, enquanto, para aquelas sem deficiência, essa taxa foi de apenas 1,0%", afirma o IBGE.
Além disso, o Censo mostra que, ao sobrepor uma vulnerabilidade social à condição de ser uma pessoa com deficiência, aumentam os índices de analfabetismo. Nesse sentido, cor ou raça são o fator mais dominante, seguido pela condição de deficiência, sendo o sexo um elemento relevante, porém com impacto comparativamente menor.
"Em 2022, os menores índices de analfabetismo entre pessoas com deficiência foram registrados entre homens e mulheres de cor amarela, com 8,8% e 9,8%, respectivamente. Em contraste, os maiores percentuais foram observados entre homens e mulheres indígenas com deficiência, com 32,5% e 31,6%, respectivamente, evidenciando que as desigualdades históricas e estruturais se aprofundam quando múltiplas vulnerabilidades se sobrepõem", diz o IBGE.