Universidades sob pressão: Trump impõe novas barreiras a financiamento e políticas de inclusão 376e52
O presidente americano, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (23) uma série de ordens executivas que intensificam sua cruzada contra políticas de diversidade e inclusão nas universidades dos Estados Unidos. 2h42l
O presidente americano, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (23) uma série de ordens executivas que intensificam sua cruzada contra políticas de diversidade e inclusão nas universidades dos Estados Unidos. 2h42l
Luciana Rosa, correspondente da RFI em Nova York
Em mais um movimento para reformular o sistema de ensino superior com viés ideológico conservador, as medidas afetam diretamente o financiamento e o credenciamento de instituições, ao mesmo tempo em que prometem aumentar a ibilidade e a permanência de estudantes em universidades historicamente negras (HBCUs). As ordens assinadas por Trump nesta semana indicam um claro reposicionamento ideológico na política educacional dos EUA, com foco em reduzir o peso das políticas de diversidade e ampliar o controle federal sobre critérios de qualidade e o ao ensino superior.
Uma das ordens assinadas direciona o governo federal a reforçar a fiscalização das doações estrangeiras às universidades - especialmente as de grandes quantias, que precisam ser declaradas por lei. Outra medida mira o sistema de credenciamento universitário, descrito por Trump como sua "arma secreta" para desestabilizar o que ele chama de "domínio liberal" nas universidades americanas.
"O problema está nas agências de credenciamento que aplicam critérios ideológicos, e não baseados em mérito", afirmou Will Scharf, secretário da Casa Branca, durante a cerimônia de no Salão Oval. Já a secretária de Educação, Linda McMahon, defendeu: "Devemos priorizar quem tem mérito real para ingressar nas universidades e fiscalizar com mais rigor quem não segue esse princípio".
Educação na mira 5d651o
O credenciamento universitário é essencial nos Estados Unidos: sem ele, as instituições perdem o a cerca de US$120 bilhões - aproximadamente R$ 640 bilhões - anuais em ajuda federal para estudantes. Para Trump, as agências responsáveis têm favorecido políticas que promovem diversidade, equidade e inclusão, alvos frequentes de seus ataques desde o início de sua carreira política.
A medida faz parte de um pacote de sete ordens executivas ligadas à educação, e ocorre no contexto de uma ofensiva mais ampla contra universidades de elite, como Harvard, que tem reagido com veemência às pressões do governo. A instituição está envolvida em uma disputa bilionária com o governo Trump para manter sua autonomia acadêmica.
As medidas assinadas por Trump nesta semana indicam um claro reposicionamento ideológico na política educacional dos EUA, com foco em reduzir o peso das políticas de diversidade e ampliar o controle federal sobre critérios de qualidade e o ao ensino superior.
Repressão à equidade nas escolas públicas 475x3i
Trump também assinou uma ordem executiva que revoga políticas adotadas nas gestões de Barack Obama e Joe Biden sobre disciplina escolar, consideradas por ele como parte de uma "doutrinação radical" nas escolas públicas. A nova diretriz determina que decisões disciplinares se baseiem exclusivamente no comportamento dos alunos, descartando abordagens que levem em conta desigualdades estruturais ou questões raciais.
"A segurança nas salas de aula será restaurada com bom senso. A disciplina precisa ser justa e clara, baseada nas ações do estudante, não em ideologias", declarou a secretária Linda McMahon. A medida ocorre num momento em que crescem os relatos de problemas comportamentais nas escolas, acentuados desde a pandemia de Covid-19.
Outra ordem assinada nesta quarta busca ampliar o ensino de inteligência artificial (IA) nas escolas americanas. O objetivo é preparar a próxima geração de trabalhadores para os desafios da economia digital. "Queremos garantir que nossos jovens estejam prontos para competir globalmente num mundo no qual a IA será cada vez mais central", afirmou Scharf.
Segundo o texto, o ensino de IA desde cedo não apenas desmistifica a tecnologia como também estimula a criatividade, capacitando os estudantes a se tornarem "inovadores responsáveis" e líderes na revolução tecnológica.