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Festival de Cannes homenageia 'atores que se posicionam'; Brasil concorre à Palma de Ouro 1o633j

A 78ª edição do Festival de Cannes abriu suas portas nesta terça-feira (13). Durante duas semanas, a Croisette, a famosa avenida à beira-mar de Cannes, receberá o melhor do cinema mundial, com uma mistura de glamour, engajamento político e revelações artísticas. A cerimônia de abertura prestou homenagem ao ator norte-americano Robert De Niro, que recebeu a Palma de Ouro honorária pelo conjunto da carreira, 49 anos após "Taxi Driver", estrelado por ele, conquistar o principal prêmio do festival. 3v2y6c

13 mai 2025 - 15h21
(atualizado às 15h27)
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A 78ª edição do Festival de Cannes abriu suas portas nesta terça-feira (13). Durante duas semanas, a Croisette, a famosa avenida à beira-mar de Cannes, receberá o melhor do cinema mundial, com uma mistura de glamour, engajamento político e revelações artísticas. A cerimônia de abertura prestou homenagem ao ator norte-americano Robert De Niro, que recebeu a Palma de Ouro honorária pelo conjunto da carreira, 49 anos após "Taxi Driver", estrelado por ele, conquistar o principal prêmio do festival. 3v2y6c

O ator norte-americano Robert De Niro chega para receber a Palma de Ouro Honorária durante a Cerimônia de Abertura da 78ª edição do Festival de Cannes, no sul da França, em 13 de maio de 2025.
O ator norte-americano Robert De Niro chega para receber a Palma de Ouro Honorária durante a Cerimônia de Abertura da 78ª edição do Festival de Cannes, no sul da França, em 13 de maio de 2025.
Foto: AFP - VALERY HACHE / RFI

Do glamour do tapete vermelho ao engajamento político: o tradicional Festival de Cannes abriu suas portas nesta terça-feira (13), saudando, nas palavras de seu mestre de cerimônias, o renomado ator Laurent Lafitte, "os atores que tiveram coragem de se posicionar" ao longo da história do cinema mundial.

Sob aplausos do público, ele mencionou especialmente a atriz sa Adèle Haenel, que deixou a sala durante a cerimônia de premiação do César em 2020 em protesto contra a premiação de Roman Polanski. "Os artistas têm a possibilidade de testemunhar em nome dos outros", declarou ainda a presidente do júri, Juliette Binoche, na abertura oficial do evento.

Binoche prestou homenagem especial à fotojornalista palestina Fatima Hassouna, morta em um bombardeio israelense na Faixa de Gaza em abril de 2025. Hassouna, de 25 anos, era a protagonista do documentário Put Your Soul on Your Hand and Walk, dirigido por Sepideh Farsi e selecionado para a mostra paralela ACID do festival francês.

"Fatima deveria estar entre nós esta noite. A arte permanece. Ela é o testemunho poderoso de nossas vidas, de nossos sonhos", declarou a estrela em um discurso no qual também mencionou os "reféns de 7 de outubro e todos os reféns, os prisioneiros, os afogados que enfrentam o terror e morrem com um terrível sentimento de abandono".

De Niro homenageado f1xw

Ovacionado de pé no Palais des Festivals, o ator Robert De Niro, visivelmente emocionado, recebeu a Palma de Ouro honorária. A homenagem foi conduzida por Leonardo DiCaprio, amigo próximo e parceiro de cena de Robert De Niro em "Assassinos da Lua das Flores", exibido em Cannes em 2023.

"Muito obrigado ao Festival de Cannes por ter criado esta comunidade, este universo, este lar para todos que amam contar histórias na tela grande", disse Robert De Niro em seu discurso. A fala de De Niro era aguardada com expectativa, principalmente após as ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar uma taxa de 100% sobre filmes estrangeiros. De Niro, conhecido por suas críticas públicas a Trump, já havia comparado o presidente ao mafioso que interpretou em Os Bons Companheiros, afirmando que sua gestão era marcada por "caos e irracionalidade".

A cerimônia também contou com uma participação surpresa da cantora sa Mylène Farmer, ex-jurada do festival, que subiu ao palco e cantou em homenagem a David Lynch, diretor de Twin Peaks e Cidade dos Sonhos, que faleceu em janeiro deste ano.

Na sequência, foi exibido o filme de abertura Partir un jour, da jovem diretora sa Amélie Bonnin, lançado simultaneamente nos cinemas do país. Esta é a primeira vez que um longa de estreia abre a competição oficial em Cannes. "É apenas a terceira vez que uma diretora mulher abre o festival", destacou o diretor do festival, Thierry Frémaux.

Brasil tem presença forte no Festival de Cannes a1s5g

O Brasil está em destaque no evento. O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho, é um dos 22 filmes na disputa pela Palma de Ouro este ano, e o Brasil é o convidado de honra do Marché du Film (Mercado do Filme). O cinema brasileiro marca ainda presença nas mostras Quinzena dos Realizadores e Semana da Crítica. A diretora pernambucana Marianna Brennand recebe o prêmio Woman in Motion. 

"O Agente Secreto" é o quarto filme de Kleber Mendonça Filho selecionado em Cannes. Em 2019, o cineasta pernambucano levou o Prêmio do Júri com "Bacurau", codirigido por Juliano Dornelles.  Estrelado por Wagner Moura, "O Agente Secreto" se a em Recife em 1977 e explora as tensões políticas da época da Ditadura Militar Brasileira. No elenco estão ainda o ator alemão Udo Kier, que já atuou em Bacurau, e Maria Fernanda Cândido. 

Para a conceituada revista Cahiers du Cinéma, "O Agente Secreto" é um dos filmes mais esperados desta competição. O crítico Thierry Mérange escreve que o sexto longa metragem do cineasta pernambucano se a em Recife, como a maioria dos outros filmes de Kleber Mendonça Filho, e mistura um relato intimista, com uma história de espionagem em plena Ditadura Militar e a fuga de um professor durante o Carnaval; tudo inspirado por Hitchcock ou Orson Welles.  

O longa de Kleber Mendonça Filho concorre à Palma de Ouro com outros 21 filmes. Entre os concorrentes, nomes consagrados do cinema mundial como o americano Wes Anderson, o iraniano Jafar Panahi, a sa Julia Ducournau, que concorre a sua segunda Palma de Ouro, e os irmãos belgas Jean-Pierre e Luc Dardenne, na disputa por uma terceira recompensa. 

E o Brasil volta a marcar presença na mostra Cannes Classic, com uma homenagem ao cineasta Cacá Diegues, morto no ano ado. O documentário "Para Vigo Me Voy", sobre a vida de um dos idealizadores do Cinema Novo e várias vezes selecionado em Cannes, será exibido na segunda-feira (19). O filme é dirigido por Lirio Ferreira e Karen Harley. O documentário conta com a participação de Antonio Pitanga e Renata Magalhães, além de entrevistas com Cacá Diegues. 

Conflitos globais marcam o festival 6l4y6p

Assim como em 2024, quando o cineasta iraniano Mohammad Rasoulof foi condenado a oito anos de prisão e açoites, os dramas mundiais mais uma vez invadiram o festival francês em 2025. A programação da noite de estreia incluiu três documentários em apoio à Ucrânia: "Zelensky", "Notre Guerre" e "2000 Meters to Andriivka", reforçando o compromisso do festival com causas humanitárias.

O festival divulgou uma nota de pesar, mas mais de 380 cineastas — incluindo Pedro Almodóvar, Richard Gere e David Cronenberg — publicaram uma carta criticando o "silêncio" da comunidade artística diante do que chamaram de "genocídio" em Gaza. "Essa ividade nos envergonha", diz o texto. Inicialmente entre os signatários, a atriz Juliette Binoche, presidente do júri, teve seu nome retirado da lista na manhã desta terça-feira.

Júri aposta na diversidade, com Juliette Binoche no comando 686c19

Juliette Binoche lidera um júri majoritariamente feminino. A atriz, premiada com o Oscar, o César e a Palma de Ouro, está acompanhada por nomes como o cineasta congolês Dieudo Hamadi, a atriz norte-americana Halle Berry — primeira mulher negra a vencer o Oscar de melhor atriz —, o diretor sul-coreano Hong Sangsoo, figura constante em Cannes, e a escritora franco-marroquina Leïla Slimani.

O júri avaliará os 22 filmes da competição oficial. Entre os destaques estão "The Phoenician Scheme", de Wes Anderson; "Alpha", de Julia Ducournau (vencedora da Palma de Ouro em 2021); e "Jeunes Mères", dos irmãos Dardenne. O cinema espanhol aparece com força com "Sirat", de Oliver Laxe, e "Romería", de Carla Simón.

Novas vozes e estreias promissoras 63d5z

A mostra "Un Certain Regard" aposta em estreantes já conhecidos do público: Scarlett Johansson, com "Eleanor the Great", e Kristen Stewart, com "The Chronology of Water", seu primeiro longa como diretora. No total, 14 obras de novos cineastas integram a seleção oficial. Com as seções paralelas, mais de 100 filmes serão exibidos ao longo do festival.

Entre engajamento político, diversidade de vozes emergentes e fidelidade aos grandes nomes do cinema, Cannes se reafirma como um espaço essencial de resistência e expressão artística.

(RFI com AFP)

RFI A RFI é uma rádio sa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
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