Adolescentes e redes sociais: o impacto é real e presente na saúde mental e3u1v
Sofrimento que o o ilimitado às redes sociais pode causar nos adolescentes torna urgente a necessidade de um uso mais consciente 293764
Em um mundo onde a vida se desenrola em telas, as redes sociais se tornaram um campo minado para a saúde mental dos adolescentes. 3q313b
Recentemente, a mídia tem ampliado o debate sobre a possibilidade de a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificar o uso excessivo de redes sociais como um transtorno mental. Essas discussões citam a inclusão tanto na Classificação Internacional de Doenças (CID) quanto no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM).
No entanto, antes de especular se o uso de redes sociais "vai virar" um transtorno, é crucial reconhecer que o problema já é real e presente na vida dos jovens.
Mais do que patologizar o comportamento, é preciso investigar e discutir como as redes sociais podem influenciar na formação da personalidade, nos padrões de comunicação e no desenvolvimento dos adolescentes.
Afinal, um transtorno se manifesta quando há um desvio da norma, causando sofrimento significativo, modificando padrões de comportamento ou gerando um impacto negativo na vida da pessoa.
Diante desse cenário, é fundamental compreender como as redes sociais podem levar a esse ponto de desequilíbrio. E, além disso, quais medidas podem ser tomadas para promover um uso mais consciente e saudável.
Veja um resumo do que você vai encontrar neste artigo:
- a influência das redes sociais na formação da personalidade e na comunicação;
- quando a influência se transforma em sofrimento;
- o que pode ser feito pelas pessoas responsáveis por esses jovens.
Personalidade e comunicação em jogo 4e3e2q
As redes sociais se tornaram um palco central na vida dos adolescentes. É um espaço onde identidades são construídas, interações florescem e o mundo se apresenta de forma multifacetada.
Contudo, essa imersão digital, embora rica em possibilidades, exerce um impacto considerável na formação da personalidade e nos padrões de comunicação dos jovens.
A busca por validação online, por exemplo, pode levar os adolescentes a moldarem suas personalidades em busca de aprovação. Com isso, muitas vezes, ele sacrifica a autenticidade em prol de uma imagem idealizada.
Um adolescente pode ar horas editando uma foto para postar nas redes sociais, buscando a aprovação dos outros e se sentindo ansioso até receber um número "suficiente" de curtidas.
A comparação constante com outras pessoas é alimentada por filtros e narrativas cuidadosamente construídas. E isso pode gerar sentimentos de inadequação e minar a autoestima, afetando a maneira como um jovem se percebe e interage com o mundo ao seu redor.
Uma pesquisa da Royal Society for Public Health, em parceria com o Movimento de Saúde Jovem, revelou que nove em cada dez jovens relatam sentir pressão para corresponder a padrões irreais nas redes sociais, evidenciando a magnitude desse impacto.
Imagem corporal 3h5n2d
A imagem corporal é outra área em que as redes sociais podem ter um impacto negativo. Isso porque a exposição constante a imagens de corpos perfeitos e padrões de beleza inatingíveis pode levar adolescentes a se sentirem insatisfeitos com seus próprios corpos. Isso, por sua vez, pode desencadear transtornos alimentares e dismorfia corporal.
Comunicação 6442h
Além disso, as redes sociais podem influenciar os padrões de comunicação dos adolescentes, privilegiando a superficialidade e a instantaneidade em detrimento de habilidades de comunicação mais profundas e significativas.
A comunicação online, muitas vezes desprovida de nuances e expressões faciais, pode levar a mal-entendidos e dificultar a construção de relacionamentos autênticos.
A ausência de contato visual e linguagem corporal nas interações feitas através das telas também pode levar a distorções de interpretação e conflitos. O resultado é a dificuldade em construir relacionamentos autênticos e duradouros.
O limite do transtorno 134bg
Concordamos que as redes sociais oferecem oportunidades de conexão e expressão que fazem parte da sociedade moderna. No entanto, é crucial estarmos atentos aos sinais de que seu uso está se tornando problemático.
A linha tênue entre a influência e o sofrimento se manifesta quando as redes sociais começam a causar angústia significativa, a modificar padrões de comportamento ou a gerar um impacto negativo na vida do adolescente. É nesse momento que a necessidade de intervenção se torna urgente.
Nesse limiar, alguns sinais de alerta podem indicar que o uso de redes sociais está se tornando um transtorno:
- ar horas excessivas online, negligenciando atividades essenciais como estudos, sono e interações sociais presenciais.
- Demonstrar ansiedade ou irritabilidade ao ser impedido(a) de ar as redes sociais.
- Enfrentar dificuldades em controlar o tempo gasto online, mesmo reconhecendo os efeitos negativos.
- Sentir uma necessidade compulsiva de verificar as redes sociais constantemente, em busca de novas notificações e atualizações.
- Apresentar sintomas de depressão ou ansiedade após o uso das redes sociais, por exemplo, sentimentos de desesperança, tristeza ou irritabilidade.
- Observar prejuízos nos relacionamentos interpessoais ou no desempenho escolar devido ao tempo excessivo dedicado às redes sociais.
- Isolamento social e perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas.
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Presença ativa dos responsáveis 4su4f
Um estudo da Universidade de Oxford, publicado em 2024, revelou que adolescentes que am mais de três horas por dia nas redes têm 60% mais chances de desenvolver depressão.
O vício nas redes sociais e no celular como um todo é quase como uma droga mesmo. Afinal, quanto mais tempo você a diante do celular ou do computador, mais tempo você quer ficar.
Sendo assim, é fundamental que pais, educadores e profissionais de saúde mental estejam atentos a esses sinais e ofereçam o apoio necessário para que os adolescentes possam construir uma relação mais saudável e equilibrada com o mundo digital.
Diálogo com adolescentes sobre redes sociais 22532s
No fundo, o debate sobre se o uso de redes sociais deve ou não ser classificado como um transtorno é importante, sim. No entanto, não deve nos desviar do foco principal: o bem-estar dos jovens e a promoção de um uso consciente e equilibrado das redes sociais.
Ao compreendermos como elas influenciam na formação da personalidade e saúde mental dos jovens, podemos tomar medidas para promover um uso mais saudável e ajudá-los a navegar nesse mundo digital com mais segurança.
Lembre-se: a chave está na informação, no diálogo e no apoio - dentro e fora das redes.
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Tatiana Magalhães ([email protected])
- Psicóloga clínica e pós-graduanda em psicopatologia.