Licença-paternidade mais longa aumenta em 31% a chance de mães manterem a amamentação, aponta estudo n334d
Especialistas destacam que a presença ativa do pai no pós-parto fortalece o vínculo familiar e melhora a saúde mental materna 2x3g4i
Um estudo recente da Northwestern University, publicado em março de 2025, revelou que pais que tiram pelo menos duas semanas de licença-paternidade aumentam em 31% as chances de suas parceiras continuarem amamentando até oito semanas após o parto. A pesquisa, realizada com 240 pais empregados na Geórgia, EUA, destaca a importância do envolvimento paterno no sucesso da amamentação. 6krc
Melhora do ambiente familiar 2tc2j
O pediatra Dr. Paulo Telles, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e embaixador do Movimento CoPai. Coalizão Licença Paternidade, enfatiza que a presença do pai é essencial para proporcionar um ambiente mais favorável à amamentação.
"Diversos estudos mostram que a participação do homem, todo apoio, durante o pré-natal e no puerpério geram um e emocional maior, reduzindo o estresse da mãe e aumento na confiança para alimentar o bebê", detalha.
A Dra. Juliana Alves, pediatra e neonatologista especializada em Pediatria Integrativa, reforça que o apoio do pai também auxilia no dia a dia da criação: "Ele não amamenta, mas consegue fazer muitas outras coisas, como colocar o bebê para rotar, trocar a fralda ou ofertar o leite para que a mulher possa descansar. Essa participação ativa fortalece o vínculo entre o homem e filho, contribuindo para a formação estrutural e emocional da família."
Além disso, políticas de licença familiar remunerada têm sido associadas a melhorias na duração da amamentação e benefícios à saúde. No Brasil, a licença-paternidade padrão é de apenas cinco dias, o que, segundo os especialistas, é insuficiente para que o pai estabeleça um vínculo sólido com o bebê e ofereça o e necessário à mãe.
"É pouco! Impossível conhecer de forma adequada a criança neste período. Como se aprende a cuidar, apoiar, criar vínculo e amar em tão pouco tempo?", afirma. Por isso, o médico defende a ampliação do afastamento.
Para além da amamentação 303530
Ademias, Alves acrescenta que uma licença-paternidade mais longa também contribui para diminuir a desigualdade de gênero no trabalho e nas tarefas domésticas. "A mãe acaba ficando sobrecarregada com os cuidados do bebê e da casa. O pai tem que sair para trabalhar e, muitas vezes, não há mais ninguém ali. Isso acaba ficando desigual também para homens e mulheres lutarem pelo mesmo espaço no mercado", afirma.
A ampliação da licença-paternidade é uma questão de saúde pública, equidade de gênero e bem-estar. O envolvimento ativo da figura paterna desde os primeiros dias de vida do bebê traz benefícios duradouros para toda a família.
*Texto de Michelly Souza, da Update Comunicação