Mãe solo? Maioria das mães no Brasil não tem um companheiro 1c231
Há diversas opções que a medicina reprodutiva oferece para a mulher que deseja ser mãe solo 94h3t
Especialista em reprodução humana assistida orienta mulheres que sonham em formar uma família e não têm um companheiro 5p6c5w
O Instituto de Pesquisa Datafolha aponta que 7 em cada 10 mulheres são mães no Brasil e que mais da metade desse contingente é solo. Ou seja, o retrato exato da maternidade no Brasil é composto por mães solo, viúvas ou divorciadas (55% do total), enquanto 45% vivem com um companheiro ou companheira. 6d5x3k
A Fundação Getúlio Vargas (FGV) também vem acompanhando o fenômeno das mães solo e registrou, entre os anos de 2012 e 2022, que o número de domicílios com mães solo cresceu 17,8%, ando de 9,6 milhões para 11,3 milhões.
Mãe solo e domicílios monoparentais m25a
Segundo os dados da pesquisa da FGV, a maior parte das mães solo do Brasil (72,4%) vive em domicílios monoparentais, sendo compostos apenas por elas e seu(s) filho(s). Ou seja, não moram com parentes ou agregados que teriam o potencial de ajudar nas responsabilidades familiares e na promoção do equilíbrio entre vida pessoal, família e trabalho.
"É por causa desse grupo de famílias monoparentais, isto é, chefiado por mulheres que abandonamos o emprego do termo 'mãe solteira'. Em outras palavras, o estado civil da mãe não quer dizer necessariamente que os cuidados com o filho são compartilhados. Certamente, 'Mãe solo' é mais adequado para agrupar as mulheres que enfrentam os mesmos desafios, as mesmas batalhas diárias que qualquer outra mulher para sustentar sua família, sem a presença de um companheiro, e com todas as responsabilidades que a maternidade impõe", diz a médica.
Diante dos números, a especialista em reprodução humana assistida, Paula Marin, fala sobre a importância de olhar para a nova cara da maternidade no país.
Declínio da fertilidade e sonho de ser mãe 6t6l4r
Os dados das duas pesquisas refletem, sobretudo, a realidade da mulher moderna brasileira: a maior inserção no mercado de trabalho e o maior tempo de estudo implicam no adiamento de um possível casamento e de uma possível maternidade.
"E somado a esses dois fatores, temos pouco conhecimento sobre planejamento reprodutivo. amos a vida toda sendo incentivadas a estudar e a trabalhar. Na escola, no núcleo familiar, no nosso grupo de amigas, a principal preocupação é 'evitar a gravidez para não atrapalhar o futuro'. E quando 'o futuro' chega, tudo o que sabemos sobre planejamento reprodutivo é relativo à contracepção: o que fazer para não engravidar. Esta é uma visão ultraada, que já deveria ter sido superada nos consultórios ginecológicos", afirma a profissional, que é sócia da Clínica Mater Prime, em São Paulo.
O relógio biológico 2u111s
Quando há o desejo de não engravidar ou adiar a gravidez por qualquer razão, é importante saber o que essa decisão pode implicar. O planejamento reprodutivo envolve fazer o letramento da mulher sobre contracepção, mas também e principalmente deve trazer conhecimento sobre relógio biológico, reserva ovariana, fertilidade e possibilidades de preservação da fertilidade, dentre muitos outros temas importantes.
"Planejamento reprodutivo não é só sobre não engravidar, mas sim engravidar quando a mulher quiser. E para conseguir planejar isso corretamente, conhecimento é necessário", reforça a especialista.
Reserva ovariana 6v3a3k
A fertilidade da mulher declina com a idade. A mulher deveria aprender na escola que a sua reserva ovariana vai decaindo quantitativa e qualitativamente. E isso diminui as chances de gravidez com o ar dos anos, principalmente após os 35 anos. Por isso, ela poderá precisar de ajuda médica para engravidar! E, alé disso, as técnicas de reprodução assistida não são capazes de resolver todos os casos de infertilidade no futuro.
Todas as mulheres deveriam ter o a essas informações no momento correto, que seria no início da vida reprodutiva. Ou seja, não lá na frente, quando precisarem procurar um especialista em reprodução humana assistida por dificuldade para engravidar. O planejamento reprodutivo deve ser encarado como item essencial na vida da mulher. "Mas, infelizmente, como a mulher sabe muito pouco sobre fertilidade, planejamento reprodutivo, ouço no consultório: 'será que perdi a minha oportunidade de ser mãe?' ", conta a médica.
A maternidade solo 23103h
A maternidade solo, a gravidez monoparental, ou a famosa "produção independente" dos anos 80, surge nesse momento na vida da mulher. É quando o tempo ou, a fertilidade está diminuindo e o parceiro ideal ainda não surgiu.
"A medicina reprodutiva oferece caminhos, soluções. Alguns tratamentos são de aceitação mais difícil, como: óvulos de doadora, útero de substituição, banco de sêmen. Se a paciente permitir o emprego de todos os recursos possíveis dentro das normas do Conselho federal de Medicina, a gravidez monoparental pode ser viabilizada".
Banco de Sêmen 3a24v
Mais comumente, as mulheres recorrem primeiro aos bancos de sêmen, que são úteis porque elas podem escolher doadores de sêmen. Essa escolha é feita com base em características genéticas, aparência física, etnia, histórico educacional e familiar, perfis de personalidade e hobbies.
"Escolher um doador de sêmen é uma decisão muito pessoal. Deve-se levar em conta características físicas. Alguns bancos de sêmen trazem informações adicionais como hobbies, aptidões e profissão", destaca Paula Marin.
Uma triagem genética entre a mãe e o potencial doador de sêmen precisa ser feita. É essa triagem que garante a não existência de condições genéticas recessivas que podem levar ao desenvolvimento de doenças no bebê.
Depois de escolher o banco de sêmen, é importante considerar, principalmente, qual o tratamento de fertilidade é o mais adequado. "As duas principais opções de tratamento são a inseminação intrauterina (IIU) e a fertilização in vitro (FIV). Na IIU, o sêmen do doador é colocado diretamente no útero na época da ovulação, quando as chances de concepção são maiores. Mas dependendo da idade da mulher e de outros fatores de infertilidade existentes, a fertilização in vitro pode ser o melhor tratamento", conta a médica.
Ovodoação 6c72r
Existem muitas razões pelas quais uma doadora de óvulos pode ser necessária. A princípio, é ela que permite que a gravidez monoparental seja alcançada. De fato, as mais comuns são a idade da mulher, baixa reserva ovariana e falência ovariana prematura.
"A mulher pode optar por adotar óvulos. A doação pode ser feita de forma anônima, entre parentes de até 4° grau e, além disso, a mulher pode ainda optar por um banco de óvulos. Ao encontrar uma doadora de óvulos saudáveis e de boa qualidade, frequentemente observamos resultados melhores nas taxas de natalidade", observa.
Útero de substituição 543v1i
Se a mulher é clinicamente incapaz de engravidar, o uso de um útero de substituição, popularmente chamado de "barriga de "aluguel" ou "barriga solidária", certamente a ajudará a realizar o sonho da maternidade. A candidata ará por uma triagem médica abrangente a fim de ser medicamente liberada para ser o útero de substituição.