Serra Gaúcha zen: confira atrativos 2845i
Templos, trilhas e até pousada high-tech [...] ya12
Seja lá qual for a temporada, a região serrana do Rio Grande do Sul nunca perde sua fama de destino de inverno. Mas o turismo por ali vai além dos prazeres do corpo (do vinho e da fondue, sobretudo) e leva o visitante para experiências que alimentam também a alma. 625z1e
Neste roteiro zen, você faz uma viagem para dentro, literalmente, em caminhadas pelo interior de cânions, parques isolados, templo budista e até no primeiro restaurante tibetano do Brasil.
E tem gente de longe que encontrou (e se encontrou) naqueles Campos de Cima da Serra, no extremo nordeste do Rio Grande do Sul, onde o estado toca a vizinha Santa Catarina.
Quando Chagdud Tulku chegou ao Brasil, após um exílio na Índia e no Nepal, por conta das perseguições da Revolução Cultural Chinesa, encontrou no Sul uma geografia parecida a do Tibet, como o terreno montanhoso e as temperaturas mais baixas de sua terra natal.
Em Três Coroas, a 32 km de Gramado e a 100 km de Porto Alegre, esse lama construiu o templo Khadro Lin, em 1995. Essa réplica de um tempo budista tibetano entrou na rota do turismo gaúcho como alternativa espiritualizada para quem procurava outras experiências na região.
O local abriga o La Kang, o templo principal, morada das deidades com imagens produzidas no Nepal e na Índia, que representam os diversos Budas. É ali que acontecem as meditações matinais dos moradores da comunidade do Khadro Ling.
O templo tem também as Rodas de Oração, grandes cilindros que guardam mantras que, ao serem girados, espalham bênçãos; e uma estátua gigante de Akshobia, o Buda da superação da raiva, representado pela cor azul e feito em cimento.
Em meio a jardim de estátuas, lamparinas e bandeiras de orações que se agitam ao vento, fica também o emocionante Terra Pura de Guru Rinpoche, uma construção de telhados amarelos, erguido como réplica da moradia de Pasambava, cujo interior guarda delicadas pinturas e estátuas que representam diferentes manifestações dessa deidade, conhecida também como Guru Rinpoche, responsável por levar o budismo vajrayana para o Tibet.
1º restaurante tibetano do Brasil 254z41
Não muito longe da Serra Gaúcha fica o Espaço Tibet, considerado o primeiro restaurante tibetano do Brasil.
"Neste restaurante, eu quero dividir com os brasileiros a minha paixão pelo Tibet", conta Ogyen Shak, chefe de cozinha, em depoimento para o jornalista Eduardo Vessoni, editor do Viagem em Pauta.
Quando tinha 16 anos, Shak cruzou a pé a cordilheira asiática, ao lado de três de seus irmãos, fugindo da invasão da China comunista no Tibet. Foram dois meses andando sobre o gelo até o Nepal, o que lhe rendeu uma gangrena que comprometeu os dedos de um dos seus pés.
Após uma longa internação de um ano, num campo de refugiados tibetanos em Dharamsala, na Índia, ele recomeçou a vida com arte sacra, pintando em templos de mestres como Dalai Lama e Dzongsar Kyentse Rinpoche.
E foi num daqueles rituais budistas que o falante Shak começou a se interessar pela culinária.
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Serra Gaúcha profunda 52a6h
No setor mais oriental da divisa entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina ficam os Campos de Cima da Serra, na Serra Geral, marcados por um platô que abriga destinos como Cambará do Sul, Jaquirana e São José dos Ausentes.
É nessa região que vales profundos se abrem, em meio a imensos paredões de rochas basálticas, e dão origem a cânions profundos.
Cambará do Sul, a 100 km de Três Coroas, é a Terra dos Cânions, endereço de dois parques nacionais: o de Aparados da Serra, onde fica o cânion do Itaimbezinho, e o da Serra Geral, cuja monumentalidade fica por conta do Fortaleza, o mais largo (7,5 km) e o mais profundo da região, com encostas que chegam a 900 metros de altura.
A regra ali é caminhar, em trilhas que vão de 400 metros a 12 km de extensão, como a exigente Trilha do Rio do Boi, uma caminhada pelo interior do Itaimbezinho que cruza mata fechada, pedras, cachoeiras e rio.
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Em São Francisco de Paula, a pouco mais de 120 km de Porto Alegre (RS), fica a Pousada do Engenho.
O local é conhecido pela Cabana 15, espaço com 170 m² que surpreende não só pelas dimensões internas, onde cabe até uma lareira, um closet climatizado e um mini spa.
Aliás, a discrição desse hotel de 2,8 hectares se exibe em detalhes como as arelas de madeira, entre xaxins e araucárias que escondem cada uma das cabanas; uma casa na árvore que pode ser alugada; e um spa que fica dentro de um antigo engenho de mandioca que foi trazido da vizinha Santa Catarina.
Tudo o que possa ser acionado na cabana é feito por dois iPads de tecnologia amigável, disponíveis para os hóspedes: luzes, painéis que cobrem as janelas, claraboias que escondem e revelam o céu sobre nossas cabeças, a TV que sobe entre um balcão fino de madeira, a banheira com cromoterapia e até a temperatura da sauna.
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