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Coisa de comunista? Documento sobre trabalhadores pobres inspira Papa Leão XIV 5r3d6v

Encíclica de 1891 escrita por Leão XIII marca posicionamento inédito da igreja católica em plena Revolução Industrial 3c241t

9 mai 2025 - 13h12
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Resumo
Ao escolher o nome Leão XIV, o novo Papa evoca Leão XIII e sua encíclica Rerum Novarum (1891), que denuncia a exploração dos trabalhadores no século 19. O texto defende salários justos, repouso, combate ao trabalho infantil e liberdade sindical, cobrando ação do Estado e dos patrões.
Leão XIV celebra sua primeira missa com os cardeais. Suas declarações têm reafirmado compromisso social.
Leão XIV celebra sua primeira missa com os cardeais. Suas declarações têm reafirmado compromisso social.
Foto: Vatican News

Ao adotar o nome Leão XIV, o novo Papa se vincula ao legado de Leão XIII, autor de um documento histórico que defende os trabalhadores explorados, escrito em 1891, em plena Revolução Industrial. Trata-se da encíclica Rerum Novarum, que significa “sobre as coisas novas” – a novidade era a exploração dos trabalhadores, como nunca antes. 5n5t2e

Encíclicas são os documentos mais importantes escritos pelos papas, que direcionam a igreja. No início do século 19, Leão XIII descreve as más condições de trabalho e sugere soluções, apoiando, inclusive, a formação de associações, ou sindicatos. Escrita meio século depois do Manifesto do Partido Comunista, condena os socialistas.

Cauteloso, Leão XIII começa a encíclica defendendo a propriedade particular como “plenamente conforme à natureza”, afirmando ainda que “não será lícito a ninguém violar o seu direito de qualquer forma que seja”.

Imagem de vídeo de Leão XIII em 1898, feita pelo inventor William Kennedy Dickson. Papa foi o primeiro pontíficie filmado.
Imagem de vídeo de Leão XIII em 1898, feita pelo inventor William Kennedy Dickson. Papa foi o primeiro pontíficie filmado.
Foto: Wikimedia Commons

Seria ingênuo esperar outra posição da igreja, mas isso não invalida o teor revolucionário da longa encíclica com 35 tópicos.  Nela, Leão XIII afirma que os trabalhadores “estão, pela maior parte, numa situação de infortúnio e de miséria imerecida”.

Papa Leão XIII defende direitos dos trabalhadores 483d63

Do ponto de vista religioso, Leão XIII escreve que a igreja católica sempre esteve ao lado dos pobres. É o que justifica sua encíclica. Então cobra do Estado e dos patrões. O primeiro dever de quem emprega é pagar salário justo.

Sobre o papel do Estado, escreve agens que parecem retiradas de algum manifesto sindical, como “a autoridade pública deve tomar as medidas necessárias para salvaguardar a salvação e os interesses da classe operária”.

Trabalho infantil era comum nas fábrica inglesas dos séculos 18 e 19. Revolução Industrial roubou a infância de muitas crianças.
Trabalho infantil era comum nas fábrica inglesas dos séculos 18 e 19. Revolução Industrial roubou a infância de muitas crianças.
Foto:

Fazendo afirmações que lembram as lutas trabalhistas atuais, como o fim da escala 6 x 1, o pontífice afirma que os trabalhadores têm “necessidade do repouso festivo”, embora o descanso deva ser “consagrado à religião”.

Sente esta: “Não é justo nem humano exigir do homem tanto trabalho a ponto de fazer pelo excesso da fadiga embrutecer o espírito e enfraquecer o corpo.”

Papa Leão XIII se coloca contra o trabalho infantil e apoia sindicatos m6f2m

Em uma época em que era comum crianças trabalharem nas fábricas, a posição do pontífice não poderia ser mais clara. “Especialmente a infância — e isto deve ser estritamente observado — não deve entrar na oficina senão quando a sua idade tenha suficientemente desenvolvido nela as forças físicas, intelectuais e morais”.

Papa Leão XIII apoiou a organização dos trabalhadores em sindicatos. Para pontífice, organização era legítima.
Papa Leão XIII apoiou a organização dos trabalhadores em sindicatos. Para pontífice, organização era legítima.
Foto:

Papa Leão XIII lembra das associações feudais de trabalhadores, engolidas pela Revolução Industrial, elogia os grupos humanos que defendem interesses comuns, a começar pela igreja, e incentiva os sindicatos. “É para desejar que aumentem sua ação”, escreve.

E vai além: condena a interferência do Estado nas associações de trabalhadores, que devem decidir seus destinos livremente. Quem lê a longa encíclica até o final se depara com a proposta que, ainda hoje, parece utópica: a criação de fundos para amparo do trabalhador.

“Que haja um fundo de reserva destinado a fazer face, não somente aos acidentes súbitos e fortuitos inseparáveis do trabalho industrial, mas ainda à doença, à velhice e aos reveses da fortuna”, propôs Leão XIII.

Fonte: Visão do Corre
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